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Divisas nos bancos angolanos aumentam mais de três vezes numa semana

A injeção semanal de divisas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) na banca comercial mais do que triplicou, para 315 milhões de euros, um dos valores mais altos do ano, sobretudo para "sanear" responsabilidades externas e importar alimentos.

Divisas nos bancos angolanos aumentam mais de três vezes numa semana
Notícias ao Minuto

10:30 - 11/07/16 por Lusa

Economia Liquidez

A informação consta do relatório semanal do BNA sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, no período entre 04 e 08 de julho, contrastando com os 88,4 milhões de euros e mantendo-se as vendas apenas em moeda europeia.

De acordo com o documento, consultado hoje pela agência Lusa, as divisas disponibilizadas na última semana, equivalentes a 347 milhões de dólares, destinaram-se a cobrir, essencialmente, as necessidades do "programa de saneamento responsabilidades externas", com 84,3 milhões de euros, e a aquisição ao exterior de bens alimentares.

Há ainda registo da disponibilização pelo BNA de 40,5 milhões de euros para cobertura de necessidades de empresas diversas, 53,7 milhões de euros para operações de viagens e ajuda familiar e 1,3 milhões de euros para garantir operações do setor da Saúde.

Para cobertura de necessidades das empresas prestadoras de serviço ao setor petrolífero foram disponibilizados 26,9 milhões de euros em leilão de preço, o mesmo valor destinado a cobrir operações relacionadas com a utilização de cartões de crédito no exterior.

A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, permaneceu inalterada nos 166,712 kwanzas por cada dólar e nos 186,266 kwanzas por cada euro.

Contudo, no mercado de rua, a única alternativa, embora ilegal, à falta de divisas aos balcões dos bancos, a nota de um dólar continua a ser transacionada entre os 500 e os 600 kwanzas.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50%) das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade.

A conjuntura nacional levou a uma forte quebra na entrada de divisas no país e a limitações no acesso a moeda estrangeira aos balcões dos bancos, dificultando as importações.

A falta de divisas, em função da procura, dificulta, por exemplo, a transferência de salários dos trabalhadores de expatriados, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

O Presidente angolano exigiu a 1 de julho, ao BNA, que encontre soluções para resolver as dificuldades dos clientes e empresas no acesso a divisas, reconhecendo que no momento atual quem tem dinheiro prefere mantê-lo fora do país.

José Eduardo dos Santos explicou que a venda de divisas aos bancos por parte das empresas petrolíferas estrangeiras que operam no país, para obterem moeda nacional para o pagamento das despesas em Angola, não cobrem atualmente as necessidades, como no passado.

"Este valor ronda em média os 300 milhões de dólares por mês, o que é manifestamente insuficiente para as necessidades dos bancos e para o Orçamento Geral do Estado", reconheceu o chefe de Estado angolano, admitindo por isso que aumentar e diversificar as exportações é hoje, para Angola, uma "tarefa urgente e inadiável".

Sobre a tarefa de diversificar a economia para impulsionar as exportações, José Eduardo dos Santos referiu ser necessário que "quem exporta" tenha o "apoio dos bancos comerciais", com regulamentos "claros" sobre como movimentar nomeadamente moeda estrangeira.

"Infelizmente esse sistema ainda não existe, pois quem ganha licitamente o seu dinheiro em divisas não consegue dispor dele, nos nossos bancos. Por isso, quase todos preferem ter esses recursos, esse dinheiro, no estrangeiro", observou.

José Eduardo dos Santos disse que o Governo já recomendou ao BNA que "trate desta matéria com urgência", em articulação com os bancos comerciais, "para melhor proteger os interesses" de Angola.

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