"É uma velha tradição", diz Costa sobre previsões do FMI. "Estamos 7-0"
O FMI tem previsões ligeiramente mais pessimistas do que o Governo relativamente à taxa de crescimento do PIB. O primeiro-ministro considera que esta diferença entre estimativas é uma "velha tradição".
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Economia FMI
O primeiro-ministro, António Costa, disse, esta quarta-feira, que a divergência entre as previsões do Governo e as do Fundo Monetário Internacional (FMI) são uma "velha tradição" e acrescentou: "Não quero garantir, mas devo dizer que estamos sete a zero".
"É uma velha tradição. Este é o oitavo orçamento que eu apresento e não me lembro de um único onde as previsões do FMI não divirjam das previsões que nós apresentámos. Ao longo destes oito anos, não quero garantir, mas devo dizer que estamos sete a zero. Vamos a ver este ano", disse o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas, em Viseu.
O FMI divulgou previsões de crescimento para economia portuguesa de 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e de 0,7% em 2023. Na proposta de Orçamento do Estado para 2023 o Governo inscreveu estimativas de 6,5% para este ano e de 1,3% para o próximo.
No seguimento da divulgação destas previsões, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, discordou do FMI quanto ao crescimento da economia portuguesa em 2023 e disse acreditar na previsão do Governo de 1,3%, que referiu ter como base dados mais recentes.
Para este ano, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) e o Banco de Portugal (BdP) preveem um crescimento do PIB português de 6,7% e a Comissão Europeia de 6,5%, enquanto a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento estima uma expansão de 5,4%.
O FMI prevê também que Portugal feche este ano com um défice de 1,9% do PIB, em linha com o Governo, esperando uma redução em 2023 para 1,4%, foi divulgado esta quarta-feira.
O FMI está também mais otimista do que em junho sobre o rácio da dívida pública face ao PIB, prevendo uma diminuição de 127,4% em 2021 para 114,7% (quando antes estimava 115,8%), ligeiramente abaixo dos 115% previstos pelo executivo português.
No entanto, para 2023 revela-se mais pessimista, estimando um peso da dívida de 111,2% do PIB, (quando antes previa 110,7%), superior ao objetivo das Finanças de 110,8%, naquele que seria o rácio mais baixo desde os 100,2% registado em 2010.
A instituição de Bretton Woods prevê uma taxa de inflação para Portugal de 7,9% este ano e de 4,7% no próximo, o que compara com os 7,4% e 4% previstos pelo executivo português.
[Notícia atualizada às 15h01]
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