Sem qualquer internacionalização pelo Brasil ou por Itália, Alex Telles pode optar por jogar em qualquer das duas seleções, uma vez que tem dupla nacionalidade.

E a porta da seleção transalpina está mesmo aberta para o lateral do FC Porto. Quem o confirma é o selecionador italiano, Gian Piero Ventura.

"Se ele for elegível para jogar pela Itália, vou tê-lo em conta. Já estamos a segui-lo há algum tempo, como seguimos alguns jogadores estrangeiros que também têm passaporte italiano", revelou, em declarações ao Record.

Contudo, o técnico tem receio que existam alguns entraves. "Não basta teres um passaporte italiano e estás logo habilitado a jogar. Tens de ter nacionalidade, mas precisas de cumprir também outros parâmetros ao nível regulamentar. Por exemplo, o Papu Gomez, da Atalanta, quer jogar pela Itália, tem o passaporte, mas não é selecionável”, contou.

No entanto, o caso deste jogador não se compara ao de Alex Telles. É que Papu Gomez foi internacional sub-20 pela Argentina quando ainda não tinha nacionalidade italiana, e agora, que Ventura o tentou convocar, a FIFA negou esta decisão. Quanto ao lateral dos dragões nunca jogou em nenhum escalão, tanto pelo Brasil como por Itália, portanto o seu caso nada tem a ver com este.

"Posso dizer-lhe que temos observado os seus jogos no campeonato português também. Naturalmente, vamos vê-lo contra a Juventus e eu estarei pessoalmente no jogo da 2ª mão, mas, como se perceberá, a minha presença é normal, tendo em conta que temos vários internacionais italianos na Juventus", referiu o selecionador da Squadra azzurra.

Mas se Itália está de olho em Alex Telles, o Brasil não fica atrás. Edu Gaspar, coordenador técnico da seleção do Brasil deixou uma garantia.

"Está a ser observado, não só ele mas todos os brasileiros que mais se destacam no futebol português. O Alex Telles tem jogado em grandes equipas europeias e isso significa algo, não é?", referiu.

Quanto à hipótese de Telles ser desviado para a seleção italiana, Edu Gaspar mostrou-se tranquilo.

"Isso não muda em nada a nossa postura. O seu caso é tratado da mesma forma que um jogador apenas de nacionalidade brasileira. Sabemos que tem passaporte italiano, mas não vamos chamá-lo só para o prender ao Brasil", contou.