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"Portugal é fado. E é tão fadista quem canta e toca, como quem ouve"

João Loy junta-se a Pedro Galveias e Tiago Simões para levar o fado a casa dos portugueses "através de uma Virtual Tasca

"Portugal é fado. E é tão fadista quem canta e toca, como quem ouve"
Notícias ao Minuto

08:00 - 14/05/20 por Marina Gonçalves

Cultura João Loy

Com a chegada da pandemia da Covid-19, que tem vindo a afetar várias áreas profissionais, incluindo o mundo das artes, é hora de reinventar e fazer da Internet o novo palco. Foi este o pensamento que levou João Loy a juntar-se a Pedro Galveias e Tiago Simões para um novo projeto online. Uma iniciativa que irá começar no final do mês de maio

Após ficarem sem trabalho, os artistas decidiram avançar com concertos pagos através do Facebook, a realizarem-se aos sábados, "num espaço onde vão recriar uma tasca de fados".

"Mal ou bem, Portugal, como todo o mundo, começa a reeguer-se em quase todas as áreas económicas e a cultura fica para trás sem solução à vista até pelo próprio ministério. Logo percebemos que tínhamos de encontrar uma solução para podermos continuar a viver. Depois de muitas ideias, percebemos que este era o caminho para levar o fado aos portugueses e ao mundo através de uma Virtual Tasca", começam por explicar os artistas em conversa com o Notícias ao Minuto

"O respeito e a admiração pelo trabalho de cada um fez com que tivéssemos necessidade de nos conhecermos melhor e isso tornou-nos amigos e companheiros. Defendemos um bem comum que é o fado", acrescentam, referindo que "mais tarde convidaram os músicos Sandro Costa e Ivan Cardoso". 

O preço para assistir aos espetáculos é de "três euros no mínimo". "E dizemos mínimo porque há gente que quer e pode pagar mais. Mas também sabemos que existem desempregados e outros com grande parte do salário reduzido e não queremos privar ninguém de assistir", destacam.

Para acederam à plataforma, no Facebook, em direto, terão de "enviar primeiro o comprovativo de pagamento por multibanco, ou por SMS em caso do pagamento por MBway". "Será criado por nós um grupo privado restrito só de quem pagou", explicam, frisando: "mas nunca esquecendo que têm de pôr um gosto na página". 

Os artistas já se encontram a ensaiar e, dizem, estão muito "empolgados para voltar ao ativo". "Nós somos tal e qual os pássaros... ficamos feridos e doentios quando nos cortam as asas. Agora está na hora de viajar por outro mundo que até há bem pouco tempo nos parecia distante", acrescenta João Loy. 

Questionado sobre se acredita que os portugueses vão aderir a este novo consumo de arte, João Loy respondeu: "Acreditamos sim, senão não fazia sentido apostar nesta ideia. Doa a quem doer, o povo português gosta dos seus artistas em geral e do fado então nem se fala. Portugal é fado. E é tão fadista quem canta e toca, como quem ouve". 

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