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Cravinho adverte PS para riscos da mutualização da dívida

O ex-ministro socialista João Cravinho colocou quinta-feira à noite sérias reservas à adoção pela União Europeia de uma solução de mutualização da dívida, considerando que esse passo contribuirá para uma permanente ingerência externa em Portugal.

Cravinho adverte PS para riscos da mutualização da dívida
Notícias ao Minuto

10:12 - 30/01/15 por Lusa

Política Ex-socialista

João Cravinho assumiu esta posição na reunião da Comissão Política Nacional do PS, que durou cerca de três horas e no final da qual o secretário-geral, António Costa, não falou aos jornalistas.

A mutualização da parte excedente a 60 por cento da dívida de cada Estado-membro da zona euro era uma solução abertamente defendida pela anterior direção do PS de António José Seguro, sendo ainda atualmente admitida como hipótese pela atual liderança de António Costa.

No entanto, na perspetiva de João Cravinho, citado por membros da Comissão Política do PS, se houver mutualização da dívida, apesar de a curto prazo Portugal sair beneficiado, a médio prazo o país perderá parte considerável da sua soberania económica e financeira, sendo alvo de uma permanente ingerência externa.

Em relação à questão da dívida, o secretário-geral do PS tem procurado não assumir um conjunto de propostas fechadas, temendo que a prazo se revelem ou inviáveis no plano técnico, ou que nunca possam ser objeto de um consenso entre os países da zona euro.

A ideia de mutualização da dívida, assim como o pedido de renegociação da dívida, são soluções consideradas pela direção do PS, mas não colocadas para já no domínio das prioridades de intervenção.

Para já, a prioridade de António Costa é que Portugal tenha pleno acesso aos mecanismos de flexibilização do Tratado Orçamental, designadamente por via da não contabilização para efeitos de défice dos investimentos realizados ao abrigo do programa de investimentos da Comissão Europeia, denominado "Plano Juncker".

Além da intervenção de João Cravinho, a reunião da Comissão Política do PS ficou também marcada pela intervenção de caráter estratégico feita pelo ex-secretário de Estado Manuel Pizarro, atual membro do Secretariado Nacional do PS.

Manuel Pizarro defendeu que o PS não deve ter pressa em apresentar o seu programa eleitoral e que, para já, deve antes "demolir" o programa executado pelo Governo PSD/CDS.

Ainda ao nível de questões estratégicas, tal como o dirigente Álvaro Beleza, também o deputado e ex-ministro socialista Jorge Lacão fez uma intervenção no sentido de que o PS não forme Governo em caso algum com o PSD e o CDS após as próximas eleições legislativas.

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