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Preconceitos sociais condicionam escolha académica e profissional

A presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego alertou hoje que os preconceitos sociais sobre homens e mulheres condicionam a liberdade de escolha académica e profissional, apontando que o Governo está atento a esta matéria.

Preconceitos sociais condicionam escolha académica e profissional
Notícias ao Minuto

19:10 - 06/03/15 por Lusa

País CITE

O alerta da presidente da CITE surge depois de conhecidas as previsões da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que apontam que a igualdade de remuneração entre homens e mulheres só será atingida em 2086.

Segundo a organização, a diferença salarial "persiste" para todas as mulheres, com ou sem filhos. No geral, as mulheres ganham em média 77 por cento dos que os homens recebem.

"O estereótipo ligado aos papéis sociais reforça a determinação prematura do desempenho de homens e mulheres na comunidade, e a associação desses papéis a cada sexo restringe a liberdade de escolha de percursos académicos de jovens, rapazes e raparigas, determinando (e limitando), com frequência, a escolha da atividade profissional", alertou Joana Gíria, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

Segundo a presidente da CITE, as mulheres trabalham menos horas de forma remunerada do que os homens, o que condiciona a sua progressão na carreira e a possibilidade de terem aumentos salariais, situação que piora a partir do momento em que são mães.

"Com efeito, o número de horas de trabalho não pago, dedicado a tarefas domésticas e a cuidados a familiares, ascendentes e descendentes, continua a ser desenvolvido mais por mulheres do que por homens", aponta Joana Gíria.

Na opinião da responsável, para que esta situação se inverta, é necessário que as entidades empregadoras adotem boas práticas em matéria de organização do tempo de trabalho, nomeadamente flexibilidade de horários ou a possibilidade de recorrer ao teletrabalho.

Medidas que, segundo a presidente da CITE, vão contribuir igualmente para acabar com os estereótipos ligados ao homem, que o rotulam como principal fonte de sustento da família, por oposição à mulher, que é apontada como a "trabalhadora/cuidadora".

"O objetivo é, naturalmente, o de ser atingida uma repartição mais equilibrada entre a vida profissional e a vida familiar e pessoal de trabalhadores e de trabalhadoras", defendeu.

Joana Gíria lembrou, a propósito, a decisão do Governo, anunciada quinta-feira, de iniciar negociações com as empresas cotadas em bolsa para que estas se comprometam a incluir pelo menos 30% de mulheres nos respetivos conselhos de administração até ao final de 2018.

Para além disso, o Governo pretende também que seja criado um mecanismo de apoio para identificação e análise das diferenças salariais entre homens e mulheres.

"A resolução aponta para que o Governo de Portugal está atento à problemática, encontrando-se a desenvolver esforços no sentido de acelerar a efetiva igualdade salarial entre homens e mulheres e a progressiva igualdade de género no que respeita à representação de mulheres e de homens nos conselhos de administração das empresas", defendeu a presidente da CITE.

A responsável frisou ainda que, em Portugal, a diferença salarial entre mulheres e homens chega quase aos 18%, no que diz respeito à remuneração mensal base, e que essas disparidades aumentam à medida que o nível de qualificação é mais elevado, sendo "particularmente elevado" entre os quadros superiores.

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