Guterres aconselha americanos a tratar migrantes de forma diferente dos europeus
António Guterres considerou hoje que a crise migratória no Mediterrâneo demonstra a necessidade de as Américas adotarem medidas diferentes das europeias e pediu à União Europeia que lance com urgência uma operação de salvamento marítimo.
© Reuters
Mundo Nações Unidas
O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), ao fazer uma conferência na Organização dos Estados Americanos, em Washington, afirmou que "a tragédia no Mediterrâneo demonstra porque é importante fazer diferente nesta parte do mundo".
Questionado sobre este assunto depois do seu discurso, o ex-primeiro-ministro português pediu à União Europeia que promova uma operação eficaz de salvamento na cimeira que vai reunir, na quinta-feira, chefes de Estado e de Governo, convocada depois da morte de mil pessoas nas últimas semanas no Mediterrâneo.
"É muito evidente a necessidade de um mecanismo robusto de salvamento no mar. No ano passado, os italianos lançaram a operação Mare Nostrum (de busca e salvamento no mar), que foi muito efetiva a salvar vidas", disse.
"Infelizmente, na Europa muitos atores políticos e sociais desenvolveram a tese de que essa operação atraiu mais pessoas (migrantes) e aumentou o número de acidentes no mar. Hoje sabemos que o facto de não haver uma operação eficaz de salvamento não vai reduzir o número de pessoas que procuram atravessar" o Mediterrâneo, acrescentou o alto-comissário.
Quando se acabou, em outubro, com a operação Mare Nostrum, ao fim de um ano de funcionamento, durante o qual salvou milhares de vidas, o ACNUR previu o atual "cenário" de tragédias de pessoas afogadas no Mediterrâneo.
Os dirigentes da União Europeia vão instruir a sua chefe da diplomacia, Federica Mogherini, que inicie "imediatamente" os preparativos de uma operação de segurança e defesa, com o intento de destruir as embarcações dos traficantes de pessoas, segundo um esboço da declaração da cimeira, a que a Efe teve acesso.
O ACNUR estima que mais de metade das pessoas que conseguiram atravessar o Mediterrâneo em 2014 precisava de proteção, em particular sírios, eritreus e somalis.
A Organização Internacional das Migrações estima em 1.217 o número de pessoas que morreram afogadas no Mediterrâneo só este ano, trinta vezes mais do que no mesmo período do ano anterior.
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