CNRT discute no fim de semana "resignação ou não" de Xanana
O Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT, no poder) vai reunir-se no sábado e domingo para decidir sobre a possível resignação do primeiro-ministro timorense e presidente do partido, Xanana Gusmão, disse hoje fonte partidária.
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Mundo Timor-Leste
"O CNRT reúne-se amanhã (sábado) e domingo para decidir sobre a resignação ou não do primeiro-ministro", afirmou à agência Lusa o secretário-geral daquela formação partidária, Dionísio Babo.
O debate vai decorrer no Centro de Convenções de Díli e será transmitido em direto pela Rádio Televisão de Timor-Leste.
Segundo Dionísio Babo, que chefia a pasta da Justiça no atual governo, a conferência extraordinária do CNRT é "essencialmente para chamar o presidente do partido para explicar a entrega do poder à nova geração".
"O partido respeita a opinião pessoal, mas deseja ouvi-lo. Se ele resignar é preciso discutir a quem o partido pretende entregar o poder", disse Dionísio Babo.
"Se ele não resignar o partido vai fazer recomendações", salientou.
Para Dionísio Babo, o plano "não pode ser interpretado como um abandono imediato do poder".
"Os militantes desejam ser ouvidos e espero que Xanana Gusmão, como pessoa humilde e próxima do povo, possa compreender e ficar mais uns tempos a acompanhar o processo de liderança", sublinhou.
Questionado sobre se durante a conferência extraordinária poderá ser discutida uma remodelação governamental, Dionísio Babo disse que essa discussão também está prevista.
"No pensamento de muitos concordamos com a ideia de que o governo é muito grande e deve ser revisto", disse.
Xanana Gusmão, de 68 anos, foi um dos líderes da luta contra a ocupação indonésia de Timor-Leste, entre 1975 e 1999, que culminou com a realização de um referendo a 30 de agosto de 1999, que determinou a independência do território.
A 20 de maio de 2002, dia da restauração da independência do país, tomou posse como Presidente do país. Em 2007, tomou posse como primeiro-ministro e em 2012 foi reconduzido no cargo.
Em 2012, Xanana Gusmão formou um governo de coligação com o Partido Democrático, liderado por Fernando La Sama de Araújo, atual vice-primeiro-ministro, e a Frente Mudança, chefiado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luís Guterres.
O atual Governo timorense é composto mais de 50 elementos.
Desde final de 2012, que Xanana Gusmão tem reafirmado a sua intenção de abandonar o cargo de primeiro-ministro.
Em janeiro, num discurso proferido no parlamento por ocasião do início do debate do Orçamento Geral do Estado para este ano, o primeiro-ministro afirmou que aquela era a última vez que se dirigia ao hemiciclo como chefe do Governo para apresentar um Orçamento de Estado.
Em julho, em entrevista à agência Lusa, o primeiro-ministro de Timor-Leste disse que vai sair do Governo para contribuir melhor para a construção do Estado, mas evitou avançar uma data precisa para a sua demissão.
"Eu não diria que saio por estar cansado. Se formos a ver, a fazer uma análise, saio porque é um dever sair. Às vezes penso que se não fizer nada ficarei doente, mas nesta conjuntura atual de construção do Estado é a altura de sair para contribuir", afirmou Xanana Gusmão.
Questionado pela Lusa sobre quando vai sair exatamente, Xanana Gusmão limitou-se a afirmar que iria acontecer.
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