República Centro Africana regista catástrofe de "proporções indescritíveis"
O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, afirmou hoje ter testemunhado "uma catástrofe humanitária de proporções indescritíveis" na República Centro Africana (RCA).
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Mundo Guterres
Num comunicado divulgado na página na Internet do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Guterres assinala que ocorreram "assassínios indiscriminados e massacres" e que "continua a limpeza étnico-religiosa", enquanto "dezenas de milhares estão a fugir do país e muitos estão cercados e sem ter para onde ir".
"Apenas em Bangui (a capital da RCA), milhares de pessoas estão em guetos em condições graves", alertou o alto comissário da ONU, considerando "imperativo restabelecer a segurança, a lei e a ordem" no país.
Para tal, Guterres exorta a comunidade internacional a aumentar o mais depressa possível o número de militares no terreno.
A missão da União Africana na RCA, a Misca, conta com cerca de 5.500 homens, que são apoiados pelos 1.600 militares franceses da operação Sangaris.
O responsável da ONU apela igualmente a todos os envolvidos para, com o apoio dos líderes religiosos, apostarem no diálogo e na reconciliação.
Declarando-se "profundamente perturbado" por quase meio milhão de centro-africanos terem integrado o número de deslocados desde dezembro, António Guterres alertou que as agências da ONU e as organizações não-governamentais "enfrentam um subfinanciamento dramático" e pediu mais atenção internacional para a crise no país.
A RCA mergulhou no caos desde que em março de 2013 a coligação Séléka, de maioria muçulmana, derrubou o governo do país maioritariamente cristão, desencadeando uma espiral de violência sectária, que já causou milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados.
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