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"É preciso ouvir o corpo, aprender a escutar a máquina"

A conversar é que a gente se entende. E é com a conversa que a nutricionista Iara Rodrigues procura incutir aos portugueses os ideais de uma alimentação saudável e a importância do cuidado pessoal.

"É preciso ouvir o corpo, aprender a escutar a máquina"
Notícias ao Minuto

08:35 - 22/01/16 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Iara Rodrigues

Perder peso é uma coisa. Emagrecer é outra. Ser saudável é ainda outra”. Esta é um das ideias-chave do mais recente livro da nutricionista Iara Rodrigues.

Depois dos sucessos ‘A Dieta Simples’ (2012) e ‘Dieta 1,2,3’ (2013), a nutricionista de caras conhecidas como Cristina Ferreira e Isabel Silva publica ‘Emagreça sem fome – coma melhor e viva com saúde’ [Editora Clube do Autor], um livro que vai além da dieta e que apela à consciencialização da necessidade de comer bem.

Ao Lifestyle ao Minuto, Iara Rodrigues fala da importância da conversa e da “psiconutrição”, que usa nas suas consultas para explicar “o porquê” da escolha por uma alimentação mais saudável e que não exclua grupos alimentares, como a grande maioria das dietas o fazem.

O objetivo passa por “não fazer uma imposição”, mas sim por incutir “a ideia de que é preciso comer bem para ter saúde”.

A experiência pessoal e as barreiras do sucesso

“Duas pessoas num diálogo podem fazer por melhorar a consciência do que é a alimentação saudável, tal como aconteceu comigo. Tenho uma história pessoal que me levou a uma decisão e acredito que isso fez de mim uma pessoa mais humana nas consultas. Se calhar consigo colocar-me na cabeça dessas pessoas e sei que não é fácil, não é de todo fácil, não é de um momento para o outro que a pessoa se desliga do seu passado, das suas carências. É um trabalho que tem de ser feito num sentido da melhoria”, diz a nutricionista.

Iara Rodrigues destaca que este “trabalho” é uma “situação que vai acompanhar a pessoa para o resto da vida” e que “cuidar de nós implica uma decisão um pouco mais ativa da nossa parte, uma consciência”.

Mas é fácil ter essa consciência? Nem sempre. A nutricionista adianta que algumas pessoas “chegam com uma série de bloqueios”, sejam dietas falhadas, problemas pessoais ou dificuldade em decifrar a quantidade de informação que atualmente existe.

Nestes casos, diz que “às vezes nem sequer é um problema com a vida é um problema com o marido, com o trabalho, uma frustração que é canalizada muito na alimentação. E é na alimentação porque os alimentos não refilam”.

A parte mais “traiçoeira” no sucesso de uma dieta ou do seguimento de uma alimentação saudável “são mesmo os sentimentos, o lado emocional, que, segundo Iara, “leva quase 100% das pessoas a fraquejar”.

E quando fraquejam, canalizam tudo na comida: “É a chamada fome emocional, é a gula, mas não a gula de gulodice, é a gula de impulso. Fez, sabe que fez e depois vem o arrependimento, ou simplesmente nem se apercebe de que o fez. Essa para mim é a maior dificuldade que as pessoas sentem”.

Contudo, sentimentos não são os únicos entraves: a “desmotivação” e a “falta de organização” podem também dificultar a criação de hábitos saudáveis.

Alimentar, limpar e cuidar da 'máquina'

O corpo é “como um carro que necessita de combustível”, uma máquina que dá sinais de quando algo está errado. E para que tudo funcione na totalidade e da melhor forma, “é preciso ouvir o corpo, aprender a escutar”.

Iara Rodrigues salienta em conversa com o Lifestyle ao Minuto que “o corpo dá-nos sinais, mas as vezes fazemos ouvidos de moucos”, passando anos a fio a ignorar sintomas como inchaço, gases, acne ou cansaço, que podem estar diretamente relacionados com o que se come.

“Temos que estar muito mais atentos à nossa máquina”, salienta a médica, garantindo que “hoje em dia, grande parte das pessoas tem algum tipo de intolerância”. E tal deve-se ao facto de os alimentos estarem “muito mais processados e alterados do ponto de vista genético para acompanhar a procura que é necessária e o consumo exacerbado dos dias de hoje”.

Evitar os alimentos que “são de recomendação geral, como as bolachas, os produtos processados, os refrigerantes e as refeições pré-feitas” é um dos primeiros passos a dar. Mas “perante uma intolerância ou um desconforto abdominal, há alimentos que devem ser retirados”.

Em alguns casos de maior desconforto, a desintoxicação pode ser uma opção. Embora o corpo tenha a capacidade de desintoxicar por si só, “os nossos excessos são um pouco superiores àquilo que o nosso corpo consegue limpar” e, por isso, “temos que arranjar mecanismos para ajudar o nosso organismo a limpar-se”.

Para Iara Rodrigues, um detox passa por “fazer uma seleção mais criteriosa dos alimentos, que façam com que o corpo facilite este processo”, que só tem a duração uma semana, período suficiente para limpar os excessos sem comprometer o bom funcionamento do metabolismo.

A água morna com limão é outra das alternativas presentes no livro. Apesar de não existir “nada do ponto de vista médico (ocidental) que relate inteiramente os benefícios” deste hábito, a médica aconselha a toma da água de forma a “ajudar o movimento intestinal”, como se de uma espécie de limpeza da fibra acumulada se tratasse.

Já a presença do limão deve-se ao facto de o limão entrar no nosso corpo como um alimento alcalino e não como um ácido, “o que significa que vai neutralizar o nosso corpo, ou seja, vai ajudá-lo a alcalinizar, a beneficiar de um pH mais favorável à saúde”. Todavia, para quem tem acidez, refluxo ou sintomas semelhantes, “como é óbvio, este comportamento pode provocar um maior desconforto do que benefício”, mas “não há nada como experimentar, embora não seja obrigatório”.

O livro ‘Emagreça sem fome – coma melhor e viva com saúde’ foi ontem apresentado na Fnac do Chiado, em Lisboa, dia em que foi também lançada a segunda edição.

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