Twitter, Facebook e Instagram. São estas três das principais redes sociais e três das muitas plataformas que as pessoas usam e abusam. Assim que as social networks se assumiram como aspeto prioritário do quotidiano, são muitos os fatores (leia-se publicações) forjados, única e exclusivamente para ‘manter a aparência’ e ir ao encontro daquilo que é considerado como um ideal de estilo de vida e beleza – criado e enraizado pelas próprias redes sociais.

Segundo o Huffington Post, seja por texto ou imagem, são onze os fatores que as pessoas mais aldrabam nas redes sociais.

Aparência

Com ou sem Photoshop, com ou sem filtros, as pessoas tendem a escolher sempre as imagens em que surgem favorecidas mesmo que, para tal, ‘cortem’ todas as pessoas que a acompanham no retrato. Além disso, as selfies – em que, segundo um estudo, são necessários 16 minutos para a selfie perfeita – não só vieram aumentar os níveis de narcisismo na sociedade como a vontade das pessoas parecerem mais bonitas e atraentes, nem que para isso tenham que fazer as poses mais estranhas e desconfortáveis possíveis.

Relações

Solidão é algo que não pode constar num perfil numa rede social e, por isso, nada melhor do que mostrar que se está acompanhado e bem acompanhado. As relações, sejam amorosas, familiares ou entre amigos, tendem a ser forjadas de forma a parecerem sempre perfeitas. E tal acontece com mais frequência nos namoros.

Festas

Foram apenas cinco minutos de diversão total numa festa que se arrastou por três horas, mas o telemóvel ou a máquina fotográfica estavam presentes e conseguiram captar essa ínfima parte de folia. É o suficiente para mostrar nas redes sociais que se esteve na ‘melhor festa de sempre’, naquela festa em que apenas havia uma grade de cerveja para vinte pessoas e todas ficam ligeiramente alcoolizadas tamanha foi a festa.

Viagens

Em tempos (diga-se, antes das redes sociais), viajar implicava ausência e estar longe. Hoje, viajar é apanhar o autocarro para a freguesia ao lado, é regressar a casa dos pais no fim de semana, é passar um fim de semana a dez quilómetros de casa. Mostrar aventura é outros dos aspetos enganosos das social networks.

Comida

O #foodporn (pornografia alimentar, em tradução livre) é a mais recente epidemia das redes sociais. Em média, diz o Huffington Post, uma pessoa perde 10 segundos por refeição apenas para captar aquilo que está ou vai comer. Somam-se um par de minutos para editar a imagem, outros tantos para publicar e mais uns quantos à espera das primeiras refeições. E, entretanto, a comida está fria.

Mas este não é o único defeito que as redes sociais provocam. Mostrar aquilo que se come nem sempre corresponde à verdade, principalmente nas pessoas que dizem ser adeptas de um #healthylifestyle (estilo de vida saudável). Se na imagem mostram uma taça de iogurte grego, com granola caseira e morangos, é possível que tenham comido isso e, quem sabe, mais umas três ou quatro bolachas #nothealthy (não saudáveis), mas que convém não mostrar.

Dieta

E se as pessoas aldrabam aquilo que comem, também aldrabam a dieta que seguem. Nas redes sociais, os utilizadores apenas publicam aquilo que lhes interessa e que vai causar a tal boa impressão que todos querem manter e seguir. Por isso, num jantar de frago assado, com arroz, batata frita e salada, é possível que apenas apareça a proteína e os vegetais. O resto, ninguém precisa de saber.

Fitness

As redes sociais vieram incrementar um modelo de comparação descabido no que toca à prática de exercício físico. As pessoas têm metabolismos, corpos e resistências diferentes, mas se os outros fazem, têm também que o fazer… nem que seja a fingir.

Embora as redes sociais tenham contribuído para o aumento de pessoas que praticam desporto, a verdade é que muitas apenas o fazem para mostrar e para pertencer a círculos restritos de atletas da moda. E aquelas que dizem correr quilómetros a fio, fazer ‘trinta por uma linha’ por um corpo mais tonificado podem, na verdade, ter feito apenas uma aula de spinning.

Bebés e animais de estimação

Estes são, diz o Huffington Post, os novos protagonistas das redes sociais. As perolas preciosas dos utilizadores, as presenças mais agradáveis de todas. Mesmo que o bebé tenha passado a noite toda a chorar e o cão tenha destruído uma parte do sofá.

Estilo

O que importa é estar na moda, vestir o que a maioria das pessoas veste e seguir tendências. Nas redes sociais, o ‘meio estilo’ também conta, afinal o que importa é o que aparece na imagem

Roupa

E se as pessoas imitam estilos, forjando o próprio, o mesmo acontece com a roupa. Para uma selfie, apenas se vestem as camisolas bonitas, recém-compradas e que favorecem certas partes do corpo. E para as selfies de costas, escolhem-se as melhores calças ou calções, claro.

Perfeição

A perfeição não existe e mesmo que exista está longe de ser alcançável. Mas nas redes sociais, em especial no Instagram que mostra apenas imagens, existem pessoas e vidas perfeitas o suficiente para fazer inveja e servirem de mote para as futuras aldrabices nas redes sociais.