Banco de Portugal cedeu a pedidos de Salgado
Uma investigação levada a cabo pelo jornal i prova que o Banco de Portugal cedeu a pedidos de Ricardo Salgado para que a situação de falência da Espírito Santo International fosse resolvida de forma mais clara.
© Dinheiro Vivo
Economia BES
Segundo uma investigação levada a cabo pelo jornal i, o Banco de Portugal (BdP) terá cedido aos apelos de Ricardo Salgado e, apesar da situação gravosa em que se encontrava a Espírito Santo Internacional (ESI), o supervisor foi deixando a situação desenvolver-se a pedido do ex-presidente executivo do BES.
Tudo começou a 3 de dezembro de 2013. Nesta altura, o Banco de Portugal enviava uma carta a Ricardo Salgado dando conta de que tinha conhecimento do acréscimo do passivo financeiro da ESI e que o banco tinha 27 dias (até 31 de dezembro) para executar um plano de 'ring fencing', em que teria que isolar-se de todos os riscos emergentes das entidades não financeiras. Para tal, precisava de constituir uma conta bancária com um montante de cerca de 1.700 milhões de euros.
Perante a gravidade e quase impossibilidade de responder ao pedido, Salgado apresentou uma proposta alternativa ao BdP, que foi aceite. O Banco de Portugal voltaria, então, a constituir um novo plano menos exigente, que previa que o montante a reunir passasse a 750 milhões de euros e o prazo para consegui-lo a fosse alterado para 27 de janeiro.
O BdP impunha, ainda, a criação de uma linha de crédito e a venda de ativos da ESI. Tudo ficou por concretizar.
Ao i, o Banco de Portugal nega “qualquer” redução no grau de exigências do supervisor, embora só três meses depois de dar conta da situação se tenha criado uma provisão e de, só seis meses depois, a família Espirito Santo ter sido afastada da liderança do BES.
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