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"Falar em segundo resgate mostra debilidade que País não merece"

O que mais impressionou a antiga ministra Manuela Ferreira Leite, nos dados divulgados pela Direcção Geral do Orçamento sobre a execução orçamental, “é que são um retrato do sacrifício brutal que as pessoas têm feito”, porém, sublinhou na TVI24, “os resultados não são proporcionais”. Ferreira Leite defendeu, por isso, uma alteração da “orientação política” e aconselhou os políticos a evitarem falar num segundo resgate porque “mostra uma convicção de debilidade que os portugueses não merecem."

"Falar em segundo resgate mostra debilidade que País não merece"
Notícias ao Minuto

05:57 - 27/09/13 por Ana Lemos

Economia Ferreira Leite

Começando por sublinhar que os dados divulgados, esta semana, pela Direcção Geral do Orçamento (DGO) sobre a execução orçamental entre Janeiro e Agosto, são “números indicativos”, a antiga ministra das Finanças e ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, salientou que, ainda assim, “verificamos efectivamente um aumento brutal de impostos (…) na ordem dos 50%.”

No habitual comentário político na TVI24, Ferreira Leite lembrou que este aumento acontece num contexto de “enorme aumento do desemprego”, pelo que “é sobre um número de pessoas menor do que há dois anos” que recai este peso dos impostos.

“O que mais me impressiona é que isto é um retrato do sacrifício que as pessoas têm feito e os resultados não são proporcionais a este volume de receita de impostos e corte na despesa, com salários e pensões. É como se tivesse a fazer uma fortíssima dieta, passo fome que nunca mais acaba, e perco apenas meio quilo. Desmotiva para continuarmos este caminho”, reforçou.

Neste sentido, defendeu a ex-líder do PSD, falar num segundo resgate não faz sentido. “Se um segundo resgate fosse alguma coisa de automático relativamente aos objectivos estabelecidos, estaríamos protegidos. Não é o caso, estamos em recessão, não podemos fazer mais do que aquilo que já estamos a fazer”, justificou Ferreira Leite, sustentando que “o que podemos fazer é alterar a orientação política”.

“Falar em segundo resgate num momento destes não me parece oportuno. Sei que foi o tema que foi introduzido na agenda política [durante a pré e campanha eleitoral], mas não penso que seja oportuno. O que de melhor podemos fazer é mudar a agulha e orientarmo-nos para outro lado”, defendeu.

Até porque, prosseguiu, dá “para fora” uma “ideia de fragilidade” e uma “convicção de debilidade" que não devemos ter, nomeadamente “porque não merecemos, vemos o esforço brutal que as pessoas têm feito”. Na opinião de Ferreira Leite, o “discurso tem de ser: queremos cumprir, temos feito tudo o que é possível, está à vista que o peso dos impostos não pode ser maior, estando em recessão aquilo que temos de fazer é orientarmo-nos para outro lado, se não o fizermos não vamos conseguir nada: nem consolidar as contas, nem crescer.

Neste sentido, a ex-líder 'laranja' não concorda com o primeiro-ministro, que diz que "a economia portuguesa "está a dar a volta”. Porque, referiu Ferreira Leite, “o aumento da receita é nos impostos, em que há um pequena base de fuga, [mas] quando chegamos ao IVA, que esse sim podia ser um sintoma da melhoria da actividade económica, desce. Nunca por estes números podia concluir que a economia está a dar a volta”.

“Mas se tivermos essa convicção, a pior coisa que podemos fazer é retomar a acção e fazer um corte na despesa” no Orçamento do Estado para 2014, frisou Ferreira Leite, reiterando que “as medidas drásticas que têm estado a ser tomadas não tem correspondência nos resultados e enquanto assim for, não saímos daqui”.

Salientando que “a própria Fitch incluía na sua análise que tínhamos uma progressão extremamente frágil”, a antiga ministra insistiu, na antena da TVI24, que o País precisa de “enriquecer”, algo que “não é possível com esta política.”

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