PCP não estará à espera que PS tenha um "arremedo de consciência"
O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, defendeu que a reposição de rendimentos é indispensável mas não é suficiente e advertiu que não estará à espera que o PS tenha "um arremedo de consciência".
© Lusa
Política João Oliveira
A reposição de rendimentos e direitos dos trabalhadores durante os primeiros dois anos do Governo PS "é um elemento indispensável para resolver os problemas do país mas não é o único nem é suficiente", sustentou, em declarações à agência Lusa a propósito da passagem dos dois anos primeiros anos da posse do Governo socialista, que se completam no domingo.
João Oliveira sustentou que "há opções do PS que limitam a resposta que era preciso dar aos problemas" nas áreas dos transportes, acesso à saúde, educação, que exigiriam um nível de investimento público que não esbarrasse "nos problemas do défice".
Para o deputado comunista, a solução que tem de ser encontrada "é como é que, do ponto de vista político e social, o povo e os trabalhadores assumem os seus objetivos de desenvolvimento da luta no sentido de resolver esses problemas".
O deputado deu o exemplo da luta dos professores pelo descongelamento das carreiras, frisando que "é a comprovação de como é a luta que permite avançar e como é a luta que permite resolver problemas".
"Ou seja, a ideia de que o PS um dia vai pôr a mão na consciência e resolve mudar de opções e de compromissos que vai mudar estes problemas é uma ideia que deixa toda a gente na expectativa e dependentes desse arremedo de consciência que o PS eventualmente tivesse. Julgo que não é assim que as coisas podem ser encaradas", considerou.
Quanto ao futuro, João Oliveira defendeu ainda que "a questão que se coloca não é a de que amanhã pode ser pior" e sim "como perspetivar o futuro com perspetiva de avanço".
"Tal como foi possível criar condições para derrotar o anterior governo PSD/CDS-PP e encontrar uma solução política que respondesse à devolução de direitos e rendimentos é preciso trabalhar para que uma outra correlação de forças na Assembleia da República seja ainda mais favorável aos trabalhadores e ao povo, permitindo uma verdadeira política alternativa que dê resposta aos problemas estruturais do país".
João Oliveira destacou ainda que a atual correlação de forças e o acordo com o Governo permitiu "desconstruir vários mitos", entre os quais a ideia de que as legislativas elegem o primeiro-ministro.
"São os deputados que são eleitos", frisou. Por outro lado, "está arrumada aquela atoarda" de que o PCP "não contava para nada" e que "as propostas do PCP eram irrealizáveis".
"Estamos hoje a confirmar que não só são realizáveis, como é delas que resulta aquilo que positivo os portugueses têm tido na sua vida ao longo dos últimos dois anos", disse.
O Governo minoritário do PS tomou posse a 26 de novembro de 2015, depois de ter assinado acordos com o BE, PCP e PEV que lhe deram apoio parlamentar.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com