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"Cabeças da ministra e do chefe do Estado-Maior do Exército deviam rolar"

Luís Marques Mendes destaca "impunidade" e "incapacidade do Estado" no "momento mais difícil do Governo até hoje".

"Cabeças da ministra e do chefe do Estado-Maior do Exército deviam rolar"
Notícias ao Minuto

23:32 - 09/07/17 por Goreti Pera

Política Pedrógão Grande

A tragédia de Pedrógão Grande e o assalto às instalações do Exército em Tancos demonstraram, segundo Marques Mendes, “incapacidade do Estado”, “impunidade” face aos acontecimentos e uma “deficiente gestão política”.

Em primeiro lugar, considera o comentador, estes dois episódios “evidenciam descoordenação do Estado, que não consegue evitar a perda de vidas nem consegue guardar armamento” e constituem “duas falências do Estado”.

“Em Pedrogão tudo falhou: Proteção Civil, sistema de comunicações, relação com a GNR. Já em Tancos, segundo veio a público e não foi desmentido, o Ministério Público terá em curso uma investigação sobre eventuais indícios de assalto a instituições militares e essa informação não foi transmitida nem aos serviços de informações nem ao Exército”, justificou.

No que toca à impunidade, Luís Marques Mendes é da opinião de que, “em Pedrogão, em função da morte de mais de 60 pessoas, muitas das quais numa via pública para onde foram encaminhadas, já devia ter rolado uma cabeça: a da ministra da Administração Interna, que pode até ser muito simpática e popular, mas naquilo que depende dela falhou”.

Realidade semelhante refere em relação ao furto em Tancos, no qual o antigo líder do PSD denota uma “gravidade particular na atuação do chefe do Estado-Maior do Exército (CEME)”. “Devia ter pedido a demissão ou pelo menos colocar o seu cargo à disposição do poder político”, tendo em conta que, mesmo não tendo “culpa direta é o responsável máximo de uma estrutura hierárquica, ou seja, o primeiro a responder quando há situações graves”, explicou o comentador.

Em alternativa, o CEME “devia mandar fazer uma investigação para ver como é que ocorreu [o furto], se há culpados. E e haver demissões [de membros do Exército] seria mais tarde e não antes”, acrescentou Marques Mendes, em comentário na antena da SIC.

Por fim, e no que toca à gestão política dos dois acontecimentos que fizeram acabar “o estado de graça do Governo”, o social-democrata admite que “não houve Governo” no que ao furto em Tancos diz respeito e que “o Presidente da Republica teve de fazer de tudo: de Presidente, de comandante supremo das Forças Armadas, de Governo, teve de exigir investigações, de deslocar-se a Tancos e de convocar o Conselho de Defesa Nacional”.

Para Marques Mendes, a “gestão política” deste episódio “foi calamitosa, em grande medida, porque António Costa estava de férias”.

Ainda que “o primeiro-ministro, como qualquer pessoa, tenha todo o direito de gozar férias em família”, admite o comentador que “devia ter adiado ou interrompido as férias” face aos acontecimentos. “Costa não percebeu que um primeiro-ministro se afirma sobretudo nos momentos difíceis. No momento talvez mais difícil do Governo até hoje, não houve primeiro-ministro”, frisou o antigo líder social-democrata.

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