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Tolerância de ponto? Vozes socialistas criticam decisão do Governo

Isabel Moreira junta-se a Barbosa Ribeiro na crítica ao Governo pela decisão de conceder tolerância de ponto aos funcionários públicos no próximo dia 12 de maio.

Tolerância de ponto? Vozes socialistas criticam decisão do Governo
Notícias ao Minuto

18:55 - 27/04/17 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Política Governo

A deputada do Partido Socialista (PS), Isabel Moreira, manifestou estar contra a decisão do Governo de conceder tolerância de ponto aos Funcionários Públicos por ocasião da vinda do Papa Francisco a Fátima.

Isabel Moreira posicionou-se, num curto desabafo no seu Facebook, onde afirma que é "perante decisões como a do Governo de conceder tolerância de ponto aquando da ida do papa a Fátima que sabemos da imaturidade do Regime".

E é por decisões como esta que defende que ainda há "muito por que lutar".

O colega de partido, Tiago Barbosa Ribeiro, também já havia criticado a decisão do Governo por ter concedido tolerância de ponto no dia 12 de maio, algo que o deputado vê com "enorme estranheza e estupefacção", considerando até um "erro especialmente disparatado".

Ascenso Simões também já afirmou estar contra a decisão.  À Lusa, o socialista disse que a tolerância "não faz qualquer sentido", dado que no dia 12 de maio, sexta-feira, "só há procissão das velas à noite e as comemorações são a um sábado". 

Exatamente do lado oposto, João Soares sublinhou: "Abençoada tolerância para um Papa tolerante". Porfírio Silva, que se diz agnóstico, optou por desdramatizar a questão. 

Questionado pela Lusa, o líder parlamentar e presidente do PS, Carlos César, disse concordar com a decisão do Governo, afirmando não considerar excessivo decretar a tolerância de ponto na função pública.

Fora dos partidos, Vital Moreira é outra voz crítica. "Mais uma vez, os demais trabalhadores - onde, pelos vistos, deve haver menos crentes de Fátima e devotos do Papa do que entre os funcionários públicos - ficam de fora da benesse de mais um dia de folga, por não terem patrões tão piedosos como o Estado. Assim vão a laicidade e a igualdade entre nós...", escreveu o jurista no blog Causa Nossa. Já antes, Vital se tinha criticado Marcelo Rebelo de Sousa, por este se ter assumido devoto de Fátima

O que dizem os partidos de Esquerda?

No que toca às posições dos partidos, o Bloco de Esquerda e o PCP afirmaram não se opor à decisão tomada, muito embora os comunistas tenham dúvidas. A decisão de decretar tolerância de ponto a propósito da visita do Papa é da responsabilidade do Governo. Trata-se de uma decisão que, embora se compreenda, suscita a dúvida sobre se as razões invocadas - a visita do papa e a expressão da população católica no nosso País - a justificam, considerando a separação entre as Igrejas e o Estado", afirmou o secretário-geral do PCP numa resposta a uma pergunta da Lusa.

Já os bloquistas, através de uma fonte da direção, afirmaram à Lusa que a tolerância de ponto, "sendo da exclusiva responsabilidade do Governo, o Bloco de Esquerda não se opõe".

O Partido Ecologista 'Os Verdes' (PEV), que, como o PCP e o BE, também apoia o Governo do PS, não se pronuncia "por se tratar de uma competência exclusiva do Governo" e por não conhecer os fundamentos para a tolerância de ponto.

Em resposta à Lusa, André Silva, do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), não se pronuncia abertamente sobre a tolerância de ponto, mas "defende, acima de tudo, o direito fundamental da liberdade de culto, entendendo que a democracia que regula para a maioria deve garantir também a igualdade entre todas as minorias".

Escolas fechadas e o terceiro período 'express'

A afinar pelo diapasão das críticas está ainda o presidente da Associação Nacional dos Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) tece críticas à tolerância de ponto, uma vez que as escolas, tudo indica, fecharão portas a 12 de maio. 

É "um dia a menos no calendário escolar dos alunos é especialmente relevante" dado que "o terceiro período já é bastante curto", comenta Filinto Lima em declarações ao Notícias ao Minuto. Contando com o "período da Páscoa e com esta tolerância de ponto, os alunos do 9.º e 12.º anos ficam com 32 dias úteis de aulas, num período decisivo de exames". Contudo, ressalva que percebe que a vinda de Francisco é um acontecimento de "grande envergadura" e que o problema "não é o Papa", mas sim o impacto de o terceiro período ser cada vez mais curto.

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