É numa pequena embalagem que encontra facilmente nos supermercados a erva-doce. Pode deixá-la de fora da sua lista de compras, mas nem sabe os benefícios que está a perder. Em mais uma rubrica Alimento do Mês, a nutricionista Inês Pádua, também professora no Instituto Universitário de Ciências da Saúde da CESPU (Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário), explica tudo.

"A erva doce, ou anis, assim como outras plantas da mesma família, possuem compostos bioativos muito interessantes, onde se destaca a cumarina. As cumarinas são uma família de metabólitos secundários que desempenham inúmeras funções", revela ao Lifestyle ao Minuto.

É muitas vezes um ingrediente que está na composição de vários medicamentos "como expetorantes, medicamentos para problemas digestivos e diuréticos". Inês Pádua explica que é possível vê-lo ainda em cremes hidratantes, para a pele, loções, pomadas e outro tipo de produtos cosméticos.

Inês Pádua é nutricionista, investigadora e professora no Instituto Universitário de Ciências da Saúde da CESPU© CESPU  

A erva-doce é fácil de adicionar a vários pratos, como tempero, e até pode fazer com que reduza a quantidade de açúcar que usa. "Como tem um sabor intenso e distintivamente adocicado, permite reduzir o açúcar que é utilizado em diferentes preparações como bolos, bolachas e biscoitos. Por este motivo, é um intensificador de sabor natural frequentemente utilizado em rebuçados e doces, licores e infusões."

Pode ainda trazer vários benefícios para a sua saúde uma vez que "tem efeitos gastroprotetores, nomeadamente no alívio de indigestão e enfartamento e desconforto estomacal". Apresenta ainda alguns benefícios analgésicos e anti-inflamatórios.

Contudo, a nutricionista alerta para alguns estudos que o afirmam. "Deve ser sempre feita a ressalva de que os estudos que nos permitem ter este conhecimento são com extratos e os efeitos analisados, muitas vezes, in vitro ou em animais."

"Não obstante de a erva doce ser efetivamente rica do ponto de vista nutricional, fibra e minerais, sobretudo, as quantidades adicionadas à maioria das receitas são bastante reduzidas, e nesse sentido, são insuficientes para atingir todos os seus benefícios."

Da mesma forma, não existe também um risco associado quanto às quantidades consumidas. "Não existe tradição do ponto de vista alimentar de ser consumida em grandes quantidades pelo que também não existe evidência robusta de dose máxima, ou de segurança, de consumo."

Tenha ainda atenção ao uso do óleo de erva-doce. "Deve ser sempre discutido com o seu médico assistente, mas sabemos que, em excesso, o óleo de erva doce poderá provocar hipersensibilidade cutânea, respiratória e gastrointestinal."

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