O Governo prometeu e até já há data para o alívio fiscal em sede do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS). Como vai funcionar? Para quem? A partir de quando? O Notícias ao Minuto preparou um explicador que esclarece as principais dúvidas, tendo em conta a informação disponível até ao momento sobre o tema.
1. Qual é a redução do IRS prevista?
A medida foi anunciada no âmbito do Programa do Governo, entregue e já aprovado pela Assembleia da República, e prevê uma redução do IRS. Afinal, qual é o plano da equipa de Luís Montenegro?
O objetivo é, segundo o documento, "reduzir o IRS em 2.000 milhões de euros ao longo da legislatura, dos quais 500 milhões já em 2025, baixando a carga fiscal sobre os rendimentos, em especial para a classe média".
2. Quem vai ter direito a este corte do IRS?
Na prática, o Executivo tenciona reduzir o IRS até ao 8.º escalão, o que significa que serão abrangidos os contribuintes que recebem até
"Aquilo que nós fizemos o ano passado, e que tentaremos fazer este ano, é muito simples: Vamos aprovar uma descida de IRS de cerca de 500 milhões, abrangendo até ao 8.º escalão, inclusive. Ou seja, apenas o 9.º escalão fica de fora diretamente", disse o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na semana passada, em declarações aos jornalistas, à margem da reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo.
Na prática, isto significa que o alívio fiscal será sentido pelos trabalhadores que recebem até 83.696 euros por ano:
Escalões do IRS em vigor em 2025© Reprodução Portal das Finanças
Segundo o ECO, que cita cálculos de um fiscalista, quem recebe salários entre cerca de 3.500 e 7.000 euros ilíquidos por mês também vai ter esta redução do IRS anunciada pelo Executivo.
Aliás, a proposta do Governo dá um duplo bónus a salários entre 3.500 e 7.000 euros mensais brutos, no caso de um solteiro sem filhos, segundo o mesmo meio de comunicação: pela descida das taxas do 7.º e 8.º escalões e através do alívio da tributação nos patamares mais baixos de rendimento, que também beneficia os ordenados mais altos.
3. A partir de quando se vai sentir o alívio?
O ministro das Finanças indicou que o Governo vai aprovar, em Conselho de Ministros, a redução do IRS e disse esperar que o Parlamento também aprove a medida para que possa entrar em vigor a partir de setembro - como aconteceu em 2024.
"Uma vez aprovada - e estou a assumir que o Parlamento aprovará - a nossa proposta de lei do IRS, estes 500 milhões serão totalmente repercutidos numa redução extraordinária da retenção na fonte", explicou.
Lembrando que a redução do ano passado foi feita em "setembro e outubro", o ministro estimou que este ano também deverá acontecer "nessa altura", se o Governo "conseguir que a lei seja aprovada nesse prazo".
Vale lembrar que que, no ano passado, foram publicadas novas tabelas de retenção com taxas mais baixas nos meses de setembro e outubro para compensar os contribuintes pelo valor retido a mais entre janeiro e agosto.
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