No final de uma visita à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Lisboa, José Luís Carneiro transmitiu a disponibilidade do PS para, através do parlamento, apoiar os esforços da Proteção Civil, uma área em que as soluções devem resultar de "opções que sejam estáveis".
"É por isso que, por exemplo, se houver a intenção do Governo de recuar nos comandos regionais e nos comandos sub-regionais, o PS estará contra essa opção, porque ela significa recuar por um período anterior a 2017 e significava colocar em causa um esforço que foi feito desde 2017 para capacitar todo o nosso sistema de Proteção Civil", avisou o antigo ministro da Administração Interna.
O líder do PS manifestou a disponibilidade para "fazer uma revisão da lei de financiamento das associações humanitárias de bombeiros" e para promover "a reforma da Escola Nacional de Bombeiros, tendo em vista capacitar ainda mais a estrutura humana que está integrada no dispositivo nacional de Proteção Civil".
Outros dos objetivos do PS, segundo Carneiro, é conseguir encontrar a forma de criar um fundo, equivalente ao Fundo Ambiental, que "seja financiado por vários atores que são beneficiários de uma boa estrutura de proteção civil, para financiar infraestruturas e equipamentos com caráter plurianual e com caráter duradouro".
"Trabalharmos para capacitarmos a sociedade, capacitarmos o Estado, para estarmos mais preparados para circunstâncias como aquelas que podemos viver, nomeadamente durante o apagão, que foi um dos momentos que mostrou o quão importante é termos um planeamento atempado nestes domínios", acrescentou ainda.
Questionado sobre se os socialistas vão avançar com estas propostas no parlamento, José Luís Carneiro disse que estas são medidas "com as quais o Partido Socialista está comprometido".
"O mais importante nestas matérias não é procurarmos saber quem é que leva a bandeira na mão. O mais importante nestas matérias é saber se nós somos capazes de, enquanto comunidade nacional, construirmos soluções coletivas que sejam duradouras, independentemente dos governos", disse, perante a insistência dos jornalistas sobre se vai avançar com as propostas no parlamento e quando o fará.
Para o secretário-geral do PS, as matérias de Proteção Civil "devem ser objeto de uma análise muito rigorosa" e de "uma ponderação sobre as opções", que devem ser "estáveis no tempo para produzirem resultados".
"Para que não se verifique o que se está a verificar outras áreas, porque estou convencido que é por falta de ponderação e de consolidação de opções que estavam em curso que hoje há problemas que estão a emergir como problemas novos", apontou.
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