A audição foi aprovada por unanimidade na comissão de Educação e Ciência, indicou à Lusa fonte do PS.
Segundo o requerimento apresentado pelo bancada socialista, "a atual proposta de financiamento para o ciclo 2025--2029 traduz-se numa redução drástica dos apoios atribuídos às unidades classificadas com 'Muito Bom'", que "veem comprometida a sua capacidade de manter níveis mínimos de funcionamento, de garantir estabilidade às suas equipas, de assegurar formação avançada ou de renovar equipamentos".
Em maio, numa carta aberta ao ministro, os investigadores alertaram para os "cortes no financiamento-base" dos centros classificados com "Muito Bom", que poderão levar à dispensa de trabalhadores e a maior precariedade laboral.
De acordo com as contas apresentadas na carta, os 117 centros de investigação avaliados com a nota de "Muito Bom", e onde "trabalham 6.434 investigadores", têm um corte de 69% face ao valor-base atribuído entre 2020 e 2024, pelo que os cientistas que antes recebiam o equivalente a 3.750 euros anuais passam a receber 1.156,58 euros por ano.
Segundo o PS, "em termos reais esta quebra ultrapassa os 74% tendo em conta a inflação acumulada".
Em resposta em maio à carta aberta, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação alegou numa nota que o modelo de avaliação dos centros de investigação que determinou as verbas a atribuir até 2029 resultou de critérios do anterior Governo PS, tendo aumentado em 22% o financiamento global.
De acordo com a tutela, o Governo "optou por premiar o mérito e a investigação de excelência, alocando mais financiamento às unidades de investigação avaliadas com a classificação mais elevada", atendendo às regras definidas pelo Executivo anterior, nomeadamente de não definir quotas para a classificação de "Excelente" (nota máxima).
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