IL reuniu-se com Mondlane e promete "continuar a dar voz à luta do povo"

A IL esteve hoje reunida com o ex-candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane na Assembleia da República, afirmando que pretende "continuar a dar voz à luta pacífica do povo de Moçambique".

Venâncio Mondlane ouvido na Procuradoria-Geral da República

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Lusa
08/07/2025 18:01 ‧ há 5 horas por Lusa

Política

Moçambique

Em declarações à agência Lusa, o deputado da IL Rodrigo Saraiva frisou que Venâncio Mondlane esteve acompanhado pelo seu conselheiro político Dinis Tivane e por MC Trufafa, alvo de uma tentativa de assassínio em abril, e a reunião permitiu recordar "a luta que o povo moçambicano tem vindo a trilhar".

 

"Estiveram-nos a dar um ponto de situação das várias iniciativas legislativas que Venâncio Mondlane já apresentou, da possível integração ou participação nas reuniões do Conselho de Estado e do processo de criação do seu partido político Anamalala, que ainda está num processo de indecisão por parte das entidades moçambicanas", afirmou Rodrigo Saraiva, que salientou que Mondlane está em Portugal para se reunir com várias entidades e partidos políticos.

O deputado da IL frisou que o povo moçambicano ainda tem "uma maratona" pela frente na sua "luta pacífica", salientando que, desde as eleições presidenciais em outubro de 2024, "a repressão e a violência continuou" e, portanto, "não há grandes sinais de esperança de que haja uma nova Frelimo".

"É a Frelimo de sempre que, neste momento, tentou celebrar os 50 anos da independência de Moçambique, preparou um estádio para o povo celebrar os 50 anos da independência e a resposta do povo foi a ausência dessas celebrações do regime", referiu.

Rodrigo Saraiva considerou que, ao fim de 50 anos, o povo moçambicano "quer mesmo a sua independência, quer liberdade, quer democracia".

"E este é o papel da IL aqui à distância: continuar a dar voz à luta pacífica do povo de Moçambique pela sua independência ao fim de 50 anos, a sua verdadeira independência, pela liberdade e pela democracia", referiu.

Questionado sobre como é que viu a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas comemorações dos 50 anos da independência de Moçambique, em Maputo, Rodrigo Saraiva respondeu: "Estou curioso para saber como é que o senhor Presidente da República viu um estádio vazio na celebração que foi presenciar".

Sobre se a IL pretende voltar a apresentar alguma iniciativa legislativa sobre esta matéria, Rodrigo Saraiva afirmou que, por enquanto, não se vislumbra essa necessidade.

"Continuamos a acompanhar a situação. Ainda há pouco tempo votámos contra, sozinhos, a ida do senhor Presidente da República a esta celebração do regime da Frelimo e o 'feedback' que tivemos da parte do povo moçambicano foi um agradecimento porque temos sido o único partido a não votar a favor dessa ida", disse.

Venâncio Mondlane liderou a mais grave contestação aos resultados eleitorais de outubro de 2024 desde as primeiras eleições multipartidárias (1994), com protestos em que cerca de 400 pessoas perderam a vida devido a confrontos com a polícia.

A contestação começou após a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique ter declarado que Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, tinha ganho as eleições presidenciais com 70,67% dos votos, e Venâncio Mondlane, que não reconheceu os resultados, tinha ficado em segundo, com 20,32%.

Posteriormente, em 23 de dezembro, o Conselho Constitucional de Moçambique confirmou a vitória de Daniel Chapo, com 65,17% dos votos. De acordo com os resultados então proclamados, Venâncio Mondlane registou 24,19%.

Após vários meses de agitação social e manifestações de contestação aos resultados eleitorais, que levaram a saques, destruição de propriedades públicas e privadas e cerca de 400 mortos, o chefe de Estado eleito e Venâncio Mondlane encontraram-se pela primeira vez em 23 de março, em Maputo, e acordaram pela pacificação do país, repetindo o encontro em 20 de maio.

Leia Também: Noruega financia presença das mulheres em processos de paz em Moçambique

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