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Familiares queixam-se da coordenação na aplicação dos fundos solidários

Uma comitiva de familiares das vítimas do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, Leiria, causando pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, denunciou hoje a falta de agilização e de coordenação na aplicação dos fundos solidários.

Familiares queixam-se da coordenação na aplicação dos fundos solidários
Notícias ao Minuto

20:09 - 01/08/17 por Lusa

País Pedrógão Grande

"Também viemos manifestar a nossa preocupação com a falta de agilização e coordenação com as populações afetadas, na aplicação dos fundos solidários, resultado da solidariedade dos portugueses, bem como a nossa preocupação na ausência de mecanismos internacionalmente reconhecidos de transparência na aplicação destes mesmos fundos", defendeu Nádia Piazza, após uma audiência, no Palácio de Belém, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, Nádia Piazza, uma das impulsionadoras da futura Associação de Familiares das Vítimas de Pedrógão Grande, anunciou a intenção de promover um anteprojeto de lei que vise a criação de uma associação que defenda as vítimas em casos de catástrofes.

"Manifestamos a nossa intenção em motivar um anteprojeto de lei em matéria de direito das vítimas em casos de catástrofes, com a criação imediata de uma associação de vítimas a coberto da lei, com apoio jurídico associado, a criação de uma unidade de missão independente desde a primeira hora, responsável por agilizar e coordenar todas as questões burocráticas, logísticas e de ressarcimento de danos materiais e pessoais", explicou a jurista.

Durante o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, que durou mais de duas horas, a delegação de familiares das vítimas do incêndio, abordou igualmente "o trauma" vivido pelos jovens e pelas crianças, afetadas direta ou indiretamente, e que em breve têm de regressar à escola, assim como o apoio à população mais idosa.

"Demos destaque às crianças e aos jovens, realçando o facto de essas crianças e jovens terem vivido um momento traumático, direta ou indiretamente. Muitos perderam os pais, os avós, os amigos e os colegas de turma. E a nossa preocupação é com o regresso às aulas neste momento marcado por um trágico acidente. E ainda o acompanhamento dos idosos, cada vez mais isolados, em ambiente profundamente triste", relatou Nádia Piazza.

O apoio às populações, designadamente as questões sociais, a prestação social e de saúde, que estão no terreno a "articular" com o Governo, foi outro dos assuntos conversados com o Presidente da República.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.

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