'Caso Sócrates' sem acusação à vista. DCIAP não se compromete
Director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) não dá garantias sobre o prazo estipulado para a formalização da acusação ao ex-primeiro-ministro.
© Global Imagens
País Operação Marquês
O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) tem até 15 de setembro para formalizar uma acusação a José Sócrates, no âmbito da Operação Marquês, na qual o antigo primeiro-ministro é suspeito dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para acto ilícito.
No entanto, o prazo-limite estipulado pela Procuradoria Geral da República (PGR) pode não vir a ser cumprido. Quem o deu a entender foi o próprio diretor do DCIAP. Em entrevista à SIC, Amadeu Guerra não se comprometeu com datas sobre o processo.
“Vamos ver. Vamos aguardar até 15 de setembro. Ainda falta algum tempo. A data está fixada. Ninguém mais do que nós pretende dar o despacho final neste processo”, afirmou.
Sobre as acusações de que é alvo por parte da defesa de Sócrates (por não ter indícios que sustentem qualquer acusação), Amadeu Guerra preferiu não responder diretamente à questão, limitando-se a dizer que “os resultados dos tribunais superiores falam por si”, e que alguns juízes “confirmam a existência de indícios”.
Mesmo estando “tranquilo” com o 'caso Sócrates', o diretor do DCIAP não negou que este caso se baseia no princípio da complexidade, lembrando as ligações do antigo governante ao Brasil, nomeadamente ao caso Java-Jato, que “tem delações premiadas que são muito úteis”, referindo-se ao princípio jurídico que beneficia quem colabora com a justiça nas investigações de crimes, o que “facilita a investigação”. No entanto, isso não existe em Portugal, por “uma questão do poder político”.
Quem já reagiu foi o próprio ex-primeiro-ministro, que já deu conta de uma conferência de imprensa que agendou para as 10h30 desta quinta-feira.
Recorde-se que José Sócrates foi detido em novembro de 2014 e que na Operação Marquês estão envolvidos outros arguidos, entre os quais Armando Vara (ex-ministro socialista e ex-administrador da CGD); o empresário Carlos Santos Silva; um dos empresários do Grupo Lena, Joaquim Barroca e até o antigo motorista do próprio ex-primeiro-ministro.
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