A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) denuncia através de carta aberta, a que o Notícias ao Minuto teve acesso, dirigida a Rui Ivo, presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), “a sua consternação com o processo de escolha de vagas de formação específica para o internato”.

Refere a ANEM na missiva que no passado dia 20 de novembro foi publicada, no site da ACSS, “a lista ordenada de candidatos ao Internato Médico”, bem como “o calendário do processo" e o respetivo "mapa de vagas de formação específica”. Também no site estava definido que o processo de “seleção das vagas” tinha início às “14h30 do dia 23 de novembro”, esta sgeunda-feira.

Mas, a lista de candidatos “apresentava incongruências” e “o mapa de vagas ainda não correspondia” ao documento final. Pelo que, no domingo (dia 22 de novembro) foram publicados novamente "os mesmos três documentos, sem", porém, "uma garantia de corresponderem à versão final”, refere a ANEM.

E hoje, segunda-feira, primeiro dia do processo de seleção, “um novo calendário”, “uma nova lista de candidatos” foram publicados e a hora de abertura do processo atrasada para as 16h00. “Contudo, não houve uma atualização do mapa de vagas de formação específica, pelo que os candidatos foram assim convocados a escolherem a partir de um mapa de vagas que não é definitivo”, denuncia a ANEM.

Acontece que, pelas 17h00 de hoje, “a plataforma informática de escolha das vagas de formação específica não estava operacional”. Informação, aliás, confirmada ao Notícias ao Minuto por um dos candidatos.

Por todas estas questões, a ANEM exige à ACSS “o adiamento do processo de escolha de vagas de formação específica para o Internato Médico de 2016 até uma data na qual haja condições de equidade, justiça e respeito que se coadunem com a importância do processo, garantindo comunicação ativa com as várias entidades envolvidas no processo”.

O Notícias ao Minuto tentou contactar a ACSS mas até ao momento sem sucesso. Quem já reagiu a esta situação foi o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva. Em declarações à agência Lusa declarou que "o sistema informático" para as candidaturas à especialidade médica "teve falhas".

Além disso, denuncia, "houve candidaturas feitas à mão e esperemos que amanhã [terça-feira] já esteja a funcionar normalmente", afirmou, considerando "inaceitável".

"Não havia necessidade de ter começado hoje. Gerou confusão, instabilidade e a Ordem dos Médicos e os candidatos sugeriram que fosse adiado. Se amanhã [terça-feira] o sistema informático não estiver a funcionar, o adiamento será obrigatório, porque as pessoas têm de ter a garantia de que o processo decorre com normalidade", defende José Manuel Silva.