"Todas as profissões devem respeito umas às outras"
A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, afirmou hoje que "todas as profissões devem respeito umas às outras", lamentando "profundamente" o episódio entre o advogado de José Sócrates e uma jornalista do Correio da Manhã.
© Global Imagens
"Devo dizer que todas as profissões devem respeito umas às outras. Lamento profundamente o sucedido e naturalmente que cumprimento o sentido de profissionalismo de quem o teve", afirmou aos jornalistas Paula Teixeira da Cruz, que já foi membro do Conselho Geral da Ordem dos Advogados.
A ministra falava aos jornalistas no Porto, à margem de um debate sobre a 'Reforma na Justiça' promovido pela Academia de Política Apartidária, dinamizada por estudantes da Universidade do Porto.
A jornalista Tânia Laranjo, do Correio da Manhã (CM), afirmou na segunda-feira à Lusa que vai apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público contra o advogado de José Sócrates, João Araújo, e uma outra à Ordem dos Advogados.
Em causa está a forma como João Araújo se dirigiu à jornalista no final da apreciação do pedido de 'habeas corpus', pelo Supremo Tribunal de Justiça, em que lhe sugeriu que "tomasse mais banho" porque "cheira mal".
A jornalista apresentará uma queixa em nome próprio, patrocinada pelo jornal Correio da Manhã, ao Ministério Público e outra à Ordem dos Advogados.
Em declarações à Correio da Manhã TV, o diretor do CM, Octávio Ribeiro, disse que o "jornal está disposto a processar" João Araújo.
As declarações de João Araújo ocorreram junto ao edifício do STJ, onde, na segunda-feira, foi analisado e rejeitado o pedido de libertação imediata ('habeas corpus') de José Sócrates, apresentado pela defesa do ex-primeiro-ministro, num caso que teve como relator o juiz conselheiro Santos Cabral.
Na providência dirigida ao Supremo, a defesa de Sócrates alegava que o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), deveria ter revisto a medida de coação de prisão preventiva ao fim de três meses, mas que ultrapassou esse prazo, e questiona também a competência do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e do TCIC para analisaram factos que, alegadamente, remontam ao período em que Sócrates era primeiro-ministro, pelo que a investigação caberia, por lei, ao STJ.
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