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Portugal 'barrado' por países? "Situação de anarquia na UE é inaceitável"

Luís Marques Mendes considera que Portugal não passou de bom exemplo a mau exemplo no combate à pandemia, porque "nem antes houve nenhum milagre", "nem agora há nenhum desastre", disse.

Portugal 'barrado' por países? "Situação de anarquia na UE é inaceitável"
Notícias ao Minuto

21:48 - 21/06/20 por Melissa Lopes

Política Marques Mendes

Marques Mendes defendeu este domingo, no seu habitual espaço de comentário, que o critério usado por alguns países da União Europeia para proibir a entrada de cidadãos oriundos de Portugal "é errado" e "injusto" e que essa decisão afeta a imagem do país e, consequentemente, o turismo. 

"As notícias de que vários países proíbem a entrada de cidadãos oriundos de Portugal não são boas para o turismo", afirmou o comentador. 

Apesar disso, o social-democrata prefere ter uma posição "nem 8 nem 80". Isto é:  "Nem antes acho que houve nenhum milagre português, nem agora acho que haja um desastre".

Marques Mendes condenou o facto de alguns países estarem a usar apenas um indicador (o número de novos casos diários), sem considerar outros indicadores relevantes como o número de testes feitos, a relação entre testes realizados e resultados positivos, o número de internados e a taxa de letalidade. "Não estamos a trabalhar para as estatísticas, estamos a trabalhar para a saúde", realçou. 

Perante os dados, a maioria deles positivos quando comparados com outros países, Marques Mendes recomenda ao Governo e autoridades de saúde que façam o "trabalho de casa", resolvendo primeiramente a situação de Lisboa e Vale do Tejo. E que, paralelamente, se aprofunde o trabalho diplomático.

"O nosso problema é explicar a esses países que estão errados, é injusto usar apenas um indicador, é um abuso o que estão a fazer, é uma interpretação incorreta", criticou, lamentando a situação de anarquia na UE.

"É inaceitável. Temos uma UE a 27, isto não é uma união, é uma desunião, cada um faz o que quer, não há um mínimo de entendimento de regras e critérios", salientou o social-democrata.

Quanto à situação epidemiológica, Marques Mendes manifestou preocupação com o que se passa em Lisboa e Vale do Tejo. E embora aplauda a reunião que o primeiro-ministro vai amanhã ter com os autarcas dos cinco concelhos mais afetados, o comentador entende que esse encontro, do qual espera medidas concretas, já devia ter acontecido. 

"A reunião com os autarcas dos cinco concelhos é uma boa iniciativa, mas porque é que não fez isso há uma semana ou duas, quando este problema começou?", perguntou. 

Marques Mendes considera que a resposta tardia à situação em Lisboa se deve a um "excesso de confiança" e a uma certa "subserviência, em alguns momentos, à DGS que tem noção dos dados mas não quer desagradar ao Governo". 

De resto, no entender do comentador, esta é uma característica comum em Portugal. Há uma "lentidão em agir". "Já foi assim com o Estado de Emergência, com as máscaras que davam uma falsa sensação de segurança, mas que depois passaram a ser obrigatórias", exemplificou, frisando esperar que partidos, Governo e Presidente da República estejam todos em sintonia quanto às medidas a tomar.

Marques Mendes comentou ainda os ajuntamentos de jovens que se têm verificado nos últimos dias. "Há que dizer aos jovens que o que estão a fazer é uma inconsciência. Têm todo o direito de ser irreverentes, mas não têm o direito de serem imaturos e irresponsáveis desta maneira. Estão a colocar em causa a vida de todos, dos mais velhos que têm factores de risco", disse. 

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