Marcelo assinala coragem dos vencedores do Nobel da Paz
O Presidente da República português assinalou hoje a coragem dos vencedores do prémio Nobel da Paz, o cirurgião congolês Denis Mukwege e a ativista yazidi Nadia Murad, arriscando a vida a ajudar vítimas de "crimes de guerra hediondos".
© Reuters
País Presidentes
"O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa felicita os dois laureados pela coragem demonstrada ao colocarem em risco a sua própria segurança para ajudar as vítimas de crimes de guerra hediondos e lançar luz sobre uma dimensão menos conhecida, mas atroz dos conflitos armados", lê-se numa nota do Palácio de Belém.
O Comité Nobel Norueguês anunciou hoje a atribuição do Nobel da Paz ao congolês Denis Mukwege e à iraquiana Nadia Murad pelos "seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra e conflitos armados.
"A decisão acontece uma década depois da Resolução 1820 (2008) do Conselho de Segurança das Nações Unidas declarar o uso da violência sexual como arma de guerra e conflito armado uma grave violação da lei internacional e uma ameaça à paz e segurança internacional", assinala ainda a mensagem de congratulação de Marcelo Rebelo de Sousa, divulgada no sítio da internet da Presidência.
O Comité Nobel norueguês justificou a decisão com os esforços dos dois laureados para acabar com a violência sexual como arma nos conflitos e guerras de todo o mundo.
Nadia Murad é atualmente embaixadora da ONU para a dignidade das vítimas do tráfico de seres humanos.
Tal como milhares de jovens e mulheres yazidis, uma comunidade do Iraque que os 'jihadistes' consideram herética, Nadia Murad foi forçada a ser escrava sexual pelo grupo terrorista autodesignado Estado Islâmico do Iraque e do Levante em agosto de 2014, e mantida como escrava sexual na cidade de Mossul.
Nadia Murad fugiu, conseguindo chegar a um campo de refugiados no norte do Iraque, e, em seguida, a Estugarda, na Alemanha, e desde então tem sido porta-voz da causa yazidi, tal como a sua amiga Lamia Haji Bachar, com a qual venceu, em conjunto, o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu em 2016.
Denis Mukwege, com 63 anos, é um médico ginecologista congolês que tem desenvolvido uma ação humanitária na República Democrática do Congo, onde trata mulheres vítimas de violação.
É considerado um dos maiores especialistas mundiais na reparação e tratamento de danos físicos provocados por violação, e no seu hospital em Bukavu trata mulheres que foram violadas por milícias na guerra civil do Congo.
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