Ativista português promove construção de escolas em Timor-Leste
O ativista da causa timorense nos Estados Unidos João Crisóstomo está a angariar fundos para construir escolas nas áreas montanhosas mais remotas de Timor-Leste, a primeira das quais será inaugurada em janeiro ou fevereiro do próximo ano.
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Mundo Educação
Quinze anos após a independência, o emigrante português que nunca deixou cair a causa da autodeterminação de Timor-Leste junto das comunidades portuguesas nos Estados Unidos, visitou pela primeira vez este ano, em maio, o país e apercebeu-se de que nas montanhas, nas áreas mais remotas do território timorense, não havia escolas para as crianças.
Por isso, decidiu dar novo fôlego ao projeto de construção - começado por Rui Chamusco, outro português, agora seu parceiro nesta iniciativa - de uma escola num desses locais, Manati-Boibau, leste do país, onde só três das crianças residentes haviam conseguido vaga na escola mais próxima, a três horas de distância da povoação.
"E o problema é geral, há muitas crianças sem acesso ao ensino, pelo que pensei: primeiro, vamos construir esta e depois temos de fazer o mesmo nas montanhas onde for preciso", disse hoje à Lusa.
Para alimentar o projeto, reuniu-se com o primeiro-ministro timorense e pediu também o apoio do Vaticano, onde foi recebido em agosto pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin que, em novembro, lhe escreveu uma carta elogiando a iniciativa, dizendo-lhe que estaria nas preces do papa Francisco e deixando-lhe uma sugestão.
"Sugiro-lhe que estabeleça contacto com os bispos em cujas dioceses as escolas serão construídas, para que o vosso projeto possa ser coordenado com o que já está a ser feito e, assim, possa melhor corresponder às necessidades das comunidades mais pobres e esquecidas", escreveu o cardeal, agradecendo-lhe "a preocupação e o empenho".
Quanto à angariação dos fundos necessários para fazer avançar o projeto, João Crisóstomo precisou que abriu nos Estados Unidos uma conta para a qual as pessoas poderão fazer donativos, e que, em Portugal, Rui Chamusco fez o mesmo, sublinhando que as despesas de manutenção ficam a cargo de ambos.
"Se alguém der 100 dólares, esses 100 dólares são enviados na totalidade para Timor-Leste, para a construção de uma escola, nada é descontado", frisou.
"Nos Estados Unidos, a Family Carvalho Foundation, uma organização filantrópica sem fins lucrativos à qual pedi auxílio para este projeto, abriu uma conta com esta finalidade exclusiva no Chase, em Mineola, New York", precisou, acrescentando que "em Portugal, os donativos devem ser feitos para a conta da Associação Astil, aberta na Caixa Geral de Depósitos".
Não existe um número definitivo de escolas cuja construção esteja prevista, disse à Lusa, referindo que o projeto está agora a arrancar.
"Vai ser uma de cada vez. O ideal seriam muitas, mas depende do apoio que eu conseguir agora... Sonhos, todos temos muitos, vamos ver quantos conseguimos concretizar", comentou.
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