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Há um ano, o Mundo dividiu-se no adeus a Fidel

Fidel Castro morreu a 25 de novembro de 2016. Passado um ano recordamos, o icónico líder cubano.

Notícias ao Minuto

08:00 - 25/11/17 por Sara Gouveia

Mundo Efeméride

Fidel Castro ou ‘El comandante’ é um ícone da política mundial do século XX. O nome incontornável foi o ‘herói’ da revolução cubana em 1959, ficou associado à Guerra Fria com a crise dos mísseis de Cuba, em 1962 e, embora para muitos a sua influência ainda se fizesse sentir, para outros aquele já não era o seu tempo.

O carismático e polémico líder era e será amado por muitos cubanos, como o era e será odiado por tantos outros. Dividiu opiniões e ideologias, mas também exerceu o seu poder mobilizador em torno de ideais na ilha que comandava.

Liderou Cuba entre 1959 e 2008, esteve no poder durante 49 anos no total. Foi primeiro-ministro durante 17 anos, até 1976, ano em que se tornou Presidente da República, cargo que exerceu até 2008, quando passou o testemunho ao seu irmão, Raúl Castro.

Fidel Alexandro Castro Ruiz, nasceu em Birán, Cuba a 13 de agosto de 1926, filho de imigrantes espanhóis. Estudou em Santiago de Cuba e em 1945 inscreveu-se em Direito, na Universidade de Havana. Teve nove filhos, com cinco mulheres diferentes. Um com a mulher com quem casou em 1948, outros cinco com a segunda esposa com quem casou nos anos 1960, e os outros três fruto de casos extraconjugais.

Conhecido por fazer discursos que duravam horas, em 1960 falou numa sessão das Nações Unidas durante 4 horas e 29 minutos, o que lhe garantiu uma menção no Livro de Recordes do Guinness. O mesmo fez quando passou por Portugal, em 1998, aquando da cimeira ibero-americana. A 13 de agosto de 2016, quando completou 90 anos, foi a última vez que apareceu publicamente

Devido à sua doença prolongada, diverticulite, provocada por falta de fibra na dieta alimentar, a especulação em volta da seu estado de saúde era muita e a antecipação da sua morte chegou a ser feita várias vezes.

Mas só a 25 de novembro de 2016 o seu irmão, Raúl Castro, anunciava o seu falecimento na televisão estatal cubana, pelas 22h39, hora local (3h39, hora de Lisboa). A curta declaração terminou com uma frase querida para Fidel - “Hasta la victoria, siempre”.

Marcelo Rebelo de Sousa foi dos últimos chefes de Estado a encontrar-se com Fidel, um mês antes de este morrer.

Durante nove dias, foi cumprido o período de luto, com salvas de tiros de canhão diárias, uma grande homenagem. Fidel foi cremado a pedido expresso do próprio e as suas cinzas fizeram depois um percurso de 861 quilómetros pela ilha de Cuba, que terminou com o seu enterro. 

Considerado a última grande figura do comunismo ocidental, teve a sua morte lamentada e festejada. A ambiguidade foi mesmo sentida nos jornais, considerado como um “líder repressivo” (Washington Post), como um “ícone revolucionário” (Los Angeles Times) ou “o revolucionário que desafiou os Estados Unidos e que manteve Cuba em escravidão" (New York Times).

Notícias ao MinutoCapa do jornal New York Times© Reprodução/ New York Times

A comunidade cubana na Florida, nos Estados Unidos, festejou a sua morte com foguetes, a bater em tachos e tambores e com gritos de “Cuba livre!” e “Liberdade, liberdade”. Mas pelo mundo também outros deixaram flores e cartazes junto das embaixadas de Cuba nos diferentes países.

Ditador para uns, herói para outros, era o símbolo de uma era, e essa é talvez a única reação unânime no que diz respeito à sua morte.

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