Organização islâmica condena "crime hediondo" contra imprensa

A Organização de Cooperação Islâmica (OCI) condenou hoje a morte de seis jornalistas palestinianos na Faixa de Gaza num ataque seletivo do exército israelita, que descreveu como um ataque direto à liberdade de imprensa.

Gaza, Jornalistas, Palestina,

© SAEED JARAS/Middle East Images/AFP via Getty Images

Lusa
12/08/2025 12:13 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Este crime hediondo faz parte de uma série de violações sistemáticas cometidas por Israel, a potência ocupante, contra os meios de comunicação social e o seu pessoal no Território Palestiniano Ocupado", afirmou a OIC num comunicado.

 

Os jornalistas Anas Al-Sharif, Mohammed Qreiqeh, Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal, Moamen Aliwa e Mohammad Al-Khaldi foram mortos no domingo, quando se encontravam na tenda que ocupavam junto ao hospital Al Shifa, na cidade de Gaza.

Ao contrário do que é habitual em incidentes que envolvem jornalistas, o exército israelita assumiu de imediato a responsabilidade pelo ataque e acusou Anas al-Sharif de liderar uma "célula terrorista" do grupo extremista palestiniano Hamas.

Sem apresentar qualquer prova, acusou o correspondente da televisão do Qatar Al Jazeera de ser "responsável por contínuos ataques com foguetes" contra os militares israelitas.

"Este incidente constitui um ataque direto à liberdade de imprensa, representando uma clara violação dos quadros jurídicos internacionais que salvaguardam a integridade jornalística e as operações dos meios de comunicação social", considerou a OIC.

A organização com sede em Jidá, na Arábia Saudita, denunciou a morte de centenas de jornalistas na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva de Israel, em 07 de outubro de 2023, como parte da tentativa de "obscurecer a verdade".

Os ataques israelitas contra profissionais da comunicação social palestinianos visam também "encobrir os crimes diários [de Israel] e impedir que cheguem à opinião pública mundial", denunciou.

De acordo com o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova Iorque, foram mortos em Gaza pelo menos 186 jornalistas alegadamente por fogo israelita desde o início da ofensiva, 180 dos quais palestinianos.

A Organização de Cooperação Islâmica, que reúne 57 países, exigiu "uma investigação exaustiva e medidas de responsabilização" dos autores dos assassinatos dos jornalistas.

Apelou também aos organismos internacionais para que tomem "medidas rápidas para pôr termo à perseguição intencional e sistemática de jornalistas e profissionais da comunicação social nos Territórios Palestinianos Ocupados".

Defendeu ainda a importância de alargar as medidas de proteção aos profissionais da informação "em conformidade com o direito humanitário internacional e os tratados internacionais aplicáveis".

Israel proibiu a entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza desde o início da guerra contra o Hamas.

A ofensiva israelita seguiu-se ao ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

O Hamas e outros grupos radicais ainda mantêm em seu poder 50 reféns, dos quais 20 vivos e 30 mortos, que Israel exige que lhe sejam entregues.

A resposta militar israelita ao ataque provocou mais de 61.000 mortos em Gaza, bem como uma grave crise humanitária, com denúncias de mortes de crianças à fome, e a destruição de grande parte das infraestruturas do enclave.

Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.

Leia Também: UE condena assassínio de jornalistas em Gaza e questiona justificação israelita

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