"A UE expressa as mais profundas condolências e solidariedade à família do senador Miguel Uribe Turbay e à população da Colômbia", dá conta um comunicado de um porta-voz da alta representante da UE para a diplomacia.
A União Europeia considerou que "é importante que as autoridades colombianas continuem os esforços para identificar rapidamente e levar à Justiça os instigadores e todos os responsáveis" pelo homicídio do senador que queria ser candidato à Presidência da República da Colômbia.
A UE pediu também a "proteção de todos os candidatos políticos e figuras públicas" e a rejeição do discurso que polariza a política colombiana.
Autoridades colombianas lamentaram a morte do senador e pré-candidato presidencial Miguel Uribe Turbay, ocorrida na madrugada de segunda-feira, e reiteraram o compromisso de esclarecer o crime perpetrado a 07 de junho.
A Procuradoria-Geral anunciou que o caso será classificado como "magnicídio", homicídio de uma pessoa de grande relevância política ou social, e que pedirá uma nova audiência de acusação contra os detidos, a quem imputará homicídio agravado, crime que implica penas mais severas.
Uribe Turbay, senador pelo partido de direita Centro Democrático, sofreu dois disparos na cabeça e um na perna esquerda durante um comício político em Bogotá.
Pelas lesões sofridas, permaneceu 64 dias internado na Fundação Santa Fé, onde morreu às 01:56 locais (07:56 de Lisboa) de segunda-feira, depois de o seu estado se ter agravado no sábado devido a uma hemorragia no sistema nervoso central.
A procuradora-geral, Luz Adriana Camargo, afirmou que "o autor material e os que participaram na preparação e planeamento do magnicídio já respondem perante a justiça" e que continua a investigação para identificar os mandantes, "sem descartar nenhuma hipótese", referindo-se a suspeitas levantadas pela polícia de que a guerrilha Segunda Marquetalia, dissidência da antiga guerrilha FARC, possa estar por trás do atentado.
Entre os seis detidos estão o autor material do crime, um adolescente de 15 anos detido no local com a arma usada no ataque, e Elder José Arteaga Hernández, conhecido como "el Costeño", apontado como coordenador do atentado.
O ministro da Defesa, Pedro Sánchez Suárez, sublinhou, por sua vez, que "os violentos não intimidarão nem silenciarão as vozes políticas que a democracia requer".
"As nossas instituições continuarão a trabalhar arduamente para identificar e levar à justiça todos os responsáveis por este atentado e não permitiremos que os violentos intimidem ou silenciem as vozes políticas de que a nossa democracia necessita", acrescentou.
A Presidência colombiana também apresentou "as mais sinceras condolências" à família do político de 39 anos através do seu canal oficial na rede social X, com o Presidente, Gustavo Petro, de quem Uribe Turbay era um crítico acérrimo no Senado, a considerar tratar-se de "uma derrota" para o país.
"O procurador-geral do país, Gregorio Eljach, lamentou o assassínio e sublinhou que ocorreu em circunstâncias "repudiáveis" que devem ser esclarecidas "no mais curto espaço de tempo, para o bem da Colômbia e do seu processo democrático".
Entretanto, a Câmara Municipal de Bogotá decretou três dias de luto em homenagem a Uribe Turbay.
Uribe Turbay é neto do antigo presidente liberal Julio César Turbay e filho da jornalista Diana Turbay, assassinada em 1991 após seis meses de cativeiro pelo cartel de Medellín.
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