De acordo com vários órgãos de comunicação social, que citam a agência norte-americana Bloomberg, o Governo de Meloni admite restringir a participação chinesa tanto em empresas estatais como privadas, sendo apontados os casos da Pirelli, uma das maiores empresas do mundo no setor dos pneumáticos, e da CDP Reti, empresa que detém participações de controlo nas redes energéticas italianas.
Citando fontes próximas do processo, a Bloomberg indica que, no caso da Pirelli, Washington já avisou que os pneus equipados com sensores conectados podem sofrer restrições no mercado dos Estados Unidos devido à propriedade chinesa, em linha com as medidas americanas sobre software e hardware provenientes de empresas controladas por Pequim.
A chinesa Sinochem International Corp., controlada pelo Estado, detém 37% do capital da Pirelli, tendo a participação sido já objeto de restrições por parte do Governo italiano, que em 2023 recorreu a poderes especiais -- o chamado "golden power" - para limitar a influência do parceiro asiático em aspetos tecnologicamente sensíveis, como os sensores cibernéticos montados nos pneus, também utilizados na Fórmula 1.
Outra empresa estratégica que está a merecer particular atenção, ainda segundo as mesmas fontes, é a CDP Reti, que é detida em 35% por uma subsidiária da State Grid Corporation of China, com dois representantes no conselho de administração.
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou que "a cooperação em matéria de investimento entre a Itália e a China traz benefícios mútuos", acrescentando que Pequim espera que a Itália continue a garantir "um tratamento" justo às empresas chinesas.
Atualmente, existem cerca de 700 empresas italianas com participações chinesas, mas o Governo de Meloni estará a concentrar-se particularmente em grandes grupos nos setores energético, tecnológico, de transportes e financeiro.
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