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Pedidos de asilo de sudaneses à UE duplica desde início do conflito

Os pedidos de asilo de sudaneses aos países da União Europeia quase duplicaram em resultado da guerra no país, que começou em abril de 2023, anunciou hoje a Agência da União Europeia para o Asilo.

Pedidos de asilo de sudaneses à UE duplica desde início do conflito
Notícias ao Minuto

13:55 - 29/04/24 por Lusa

Mundo Sudão

Quase dez mil (9.900) pedidos de asilo de cidadãos sudaneses deram entrada nos 27 estados-membros europeus desde o início da guerra no Sudão até janeiro. No final deste mês, porém, existiam cerca de 5.900 processos pendentes em primeira instância e 3.200 decisões tomadas, tendo 72% dos pedidos de visto concedido o estatuto de refugiado ou proteção subsidiária, revelou a agência (EUAA, na sigla em inglês), que hoje publicou o seu primeiro relatório de informações sobre o país.

Durante o período em análise, que cobre os primeiros dez meses desde o início do conflito entre as Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Apoio Rápido (SAF e RSF, nas siglas em inglês), os pedidos mensais seguiram uma tendência ascendente, tendo atingido um pico de quase 2.000 em outubro de 2023. Em comparação com os dez meses anteriores, entre junho de 2022 e março de 2023, os pedidos sudaneses mais do que duplicaram na UE.

"A guerra nacional em curso transformou o Sudão no epicentro da maior crise de deslocações do mundo", sublinhou a EUAA. O que começou por ser uma luta pelo poder entre dois chefes militares -- o general Abdel Fattah al-Burhan, que dirige as SAF, e outro general, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti", líder das RSF -- "transformou-se, no espaço de um ano, numa verdadeira guerra nacional", descreveu a EUAA, apontando grandes regiões do país, como Cartum, Darfur, Cordofão e Al Jazira como as mais afetadas.

"Ambas as partes foram acusadas de ataques indiscriminados contra civis, crimes de guerra e crimes contra a humanidade", destacou a agência num comunicado.

"O conflito teve um impacto devastador na população civil e provocou a maior crise de deslocação interna do mundo, com mais de dez milhões de pessoas deslocadas", sublinhou agência europeia", acrescentando que a situação é "agravada pela perspetiva de fome, que já prevalecia nalgumas partes do país, incluindo no Darfur".

A violência relacionada com o conflito tem visado grandes categorias da população civil, em especial mulheres e raparigas, africanos não árabes no Darfur, jornalistas e pessoal dos meios de comunicação social, pessoal humanitário e de saúde, opositores políticos presumidos, bem como a utilização de crianças-soldados.

Simultaneamente, "a falta de presença dos meios de comunicação social internacionais, associada a uma repressão dos meios de comunicação social locais e a repetidos cortes de comunicações, prejudicaram gravemente a capacidade de informação em todo o país, fazendo do conflito no Sudão uma 'guerra esquecida'", destaca-se no texto da EUAA.

A UE recordou recentemente as obrigações das partes beligerantes, nos termos do direito humanitário internacional, de proteger os civis em conflito.

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