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Marcha realizada antes do 80.º aniversário da Revolta do Gueto de Varsóvia

Milhares de pessoas reuniram-se esta terça-feira no antigo local de Auschwitz para a Marcha dos Vivos, um evento anual em memória do Holocausto que decorreu este ano na véspera do 80.º aniversário da Revolta do Gueto de Varsóvia.

Marcha realizada antes do 80.º aniversário da Revolta do Gueto de Varsóvia
Notícias ao Minuto

08:23 - 19/04/23 por Lusa

Mundo Auschwitz

O Presidente italiano, Sergio Mattarella, discursou no evento, alertando que as ideias da década de 1930 estão a reaparecer "numa altura em que a agressão desumana da Rússia contra a Ucrânia ainda é intensa", noticiou a agência Associated Press (AP).

"O ódio, o preconceito, o racismo, o extremismo, o antissemitismo, a indiferença, a ilusão e a fome de poder espreitam, desafiando constantemente as consciências de indivíduos e nações", sublinhou Mattarella, cuja nação sob o ditador Benito Mussolini foi aliada da Alemanha de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.

Entre os participantes no evento estavam sobreviventes do Holocausto, que viveram a agonia de Auschwitz ou um dos outros campos de extermínio onde a Alemanha nazi tentou exterminar a população judaica da Europa, e chegou perto de fazê-lo.

Alguns participantes, incluindo pessoas de Israel e dos Estados Unidos, depararam-se pela primeira vez com algo que há muito faz parte das suas memórias: as torres de vigia, restos de câmaras de gás e as enormes pilhas de sapatos, malas e outros objetos que as vítimas trouxeram consigo na sua jornada final.

As forças alemãs estabeleceram Auschwitz depois de terem invadido e ocupado a Polónia durante a Segunda Guerra Mundial e mataram mais de 1,1 milhões de pessoas lá, a maioria judeus, mas também polacos, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e outros.

Ao todo, cerca de 6 milhões de judeus europeus morreram durante o Holocausto.

Idosos sobreviventes, alguns envoltos na bandeira azul e branca de Israel, reuniram-se sob o portão com as palavras cínicas "Arbeit Macht Frei" [O Trabalho Liberta, em português] antes da marcha.

O evento, embora sombrio, é também uma celebração da sobrevivência e do Estado de Israel, e alguns participantes bateram palmas e cantaram enquanto se preparavam para marchar perto do portão.

A Marcha dos Vivos, que ocorre todos os anos no Dia da Memória do Holocausto em Israel, começou naquele portão e levou a Birkenau, o grande campo a três quilómetros de distância, onde judeus de toda a Europa foram transportados de comboio e assassinados em câmaras de gás.

Phyllis Greenberg Heideman, a responsável pela marcha, destacou que os jovens participantes têm a responsabilidade de 'carregar' a memória das testemunhas.

"Eles serão a voz daqueles que não têm mais voz quando virem e entenderem o que aconteceu no passado", destacou.

Alguns dos participantes planearam viajar no dia seguinte para Varsóvia, para as cerimónias que marcaram a revolta no gueto de Varsóvia em 1943, que contará com a presença dos presidentes da Polónia, Alemanha e Israel.

A revolta foi o maior ato único de resistência judaica durante o Holocausto e continua a ser um poderoso símbolo nacional para Israel.

Na terça-feira, o ministro da Cultura polaco, Piotr Glinski, participou numa cerimónia que marcou simbolicamente uma nova etapa no desenvolvimento de um museu programado para abrir em três anos, o Museu do Gueto de Varsóvia.

As autoridades enterraram uma "cápsula do tempo" contendo memorabilia e uma mensagem para as gerações futuras no terreno de um antigo hospital infantil que abrigará o museu.

Leia Também: Museu de Auschwitz ataca WWE por "insultar memória das vítimas"

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