Ministro russo convida ocidente para apoiar criação de federação na Ucrânia
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, reafirmou o convite ao ocidente para que apoie uma reforma constitucional que converta a Ucrânia numa federação.
© Lusa
Mundo Lavrov
Lavrov disse, numa entrevista à televisão russa, horas antes de se reunir, em Paris, com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que a Rússia propõe aos Estados Unidos e à União Europeia (UE) a criação de "um grupo de apoio" para estabelecer o diálogo "com aqueles que detém o poder em Kiev".
O objetivo é persuadir Kiev a "apresentar uma iniciativa de diálogo nacional", em que participem "todas as forças políticas sem exceções, mas não os radicais armados, e as regiões, com igualdade de direitos".
"O resultado seria uma nova Constituição para a Ucrânia que garantiria um modelo federal, reforçaria o seu estatuto à margem de blocos (militares) e garantiria os direitos de todos os que vivem na Ucrânia", afirmou o ministro russo.
Lavrov salientou que as posições assumidas pela Rússia e pelo Ocidente, em particular os Estados Unidos, se aproximaram nos últimos dias, mas considerou que sem reforma constitucional a crise na Ucrânia se agravará com o passar do tempo.
"Estamos convencidos de que todos os problemas não se solucionarão sem um consenso nacional sobre a introdução de um modelo federal", defendeu.
Chamou ainda a atenção para os erros cometidos nos últimos anos pelo Ocidente com a intenção de afastar a Ucrânia da Rússia.
Lavrov poderá abordar hoje à noite com Kerry o plano russo para converter a Ucrânia numa Federação que concilie os interesses do leste de língua russa e do ocidente europeísta.
De contrário, segundo Moscovo, a Ucrânia perderá também as regiões orientais, as mais ricas do país, onde os ânimos separatistas se têm propagado desde a queda de Víktor Yanukóvich, no final de fevereiro.
Segundo o plano esboçado no sábado por Lavrov, cada região disporia de amplas competências de âmbito económico, financeiro, cultural, linguístico, educativo e de relações económicas e culturais com os países vizinhos.
Esta Constituição federativa teria de ser aprovada através de um referendo, depois do qual se realizariam eleições presidenciais, legislativas e municipais.
O presidente russo, Vladimir Putin, telefonou na madrugada de sábado ao seu homólogo norte-americano, Barack Obama, para impulsionar a adoção de passos comuns pela comunidade internacional para estabilizar a situação na Ucrânia.
Em resposta, Obama instou Putin a retirar as tropas russas concentrados na fronteira ucraniana.
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