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PGR angolana investiga dívida reclamada por empresa ao Cuando Cubango

A Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana abriu um inquérito para apurar a autenticidade de uma dívida de 439,5 mil milhões de kwanzas (623,3 milhões de euros) reclamada pela empresa Angoskima ao governo do Cuando Cubango.

PGR angolana investiga dívida reclamada por empresa ao Cuando Cubango
Notícias ao Minuto

15:58 - 30/09/21 por Lusa

Mundo Angola

Segundo noticia hoje o Jornal de Angola, a dívida é reclamada pela empresa Angoskima Lda pelo fornecimento de bens diversos ao governo da província angolana de Cuando Cubango entre 1992 e 1997, dívida que terá sido validada pelo governo local.

A imprensa angolana noticiou o facto e questionou a autenticidade da dívida, atribuindo ao atual governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, alegados desvios desses fundos em conluio com a empresa, que segundo o jornal Valor Económico foi "criada apenas em 03 de julho de 1997".

Segundo uma certidão consultada pela Lusa, a empresa tinha como sócios, à data em que foi constituída, José Maria Zeferino e o seu filho de 10 anos, Angélico José Vandra Quiel.  

O governo do Cuando Cubango esclareceu, em comunicado, que por orientação do Ministério das Finanças, em 21 de junho de 2021, o sócio-gerente da empresa Angoskimas Lda dirigiu-se à Secretaria-Geral daquele governo solicitando a emissão de uma declaração atualizada da dívida.

O comunicado referia que, no entender do responsável da empresa, a dívida, "que já havia sido validada no passado pelo Ministério das Finanças", estava avaliada em 2,9 triliões de kwanzas, mas "após ter sido detetado um erro grave de cálculo, que empolava o montante", a mesma foi reduzida para 439,5 mil milhões de kwanzas e validada por Júlio Bessa.

"Com este rigor contabilístico, o Governo Provincial do Cuando Cubango poupou aos cofres do Estado, isto é, do erário, o pagamento indevido de 2,5 triliões de kwanzas ", lê-se na nota.

Para o governo do Cuando Cubango, "é, no mínimo, estranho e patético a conversão deste ato de patriotismo e de boa gestão da coisa pública em escândalo e crime de desvio/roubo, que pretensiosamente está a ser atribuído ao governador Júlio Bessa, sem razão fundada e nexo de casualidade com os factos" relatados.

As acusações são consideradas pelo governo do Cuando Cubango como "ato ignóbil e desprezível, forjado no laboratório por todos conhecido grupo de eixo do mal daquela província", admitindo avançar com uma ação judicial para a "responsabilização dos autores" da "perseguição atroz" aos quadros daquele governo.

Já o Ministério das Finanças esclarece, em nota, que "não deu provimento à reclamação de dívida da empresa Angoskima Lda, uma vez que esta se encontrava fora do âmbito temporal de 2013 e 2017, definido pelo decreto executivo 507/18 de 20 de novembro, que norteava a estratégia de regularização de dívida interna atrasada".

Conforme a metodologia definida, explica o órgão ministerial, a reclamação foi registada, após receção da certificação e homologação feitas pelo Governo Provincial do Cuando Cubango, enquanto órgão beneficiário dos serviços, "e não pela ministra das Finanças, porquanto a mesma não intervém no processo de certificação de dívida".

O Ministério das Finanças assegura também que o processo será remetido à Inspeção Geral da Administração do Estado (IGAE), "atendendo às inconformidades identificadas".

A Lusa procurou contactar a empresa, mas não foi possível encontrar quaisquer contactos telefónicos nem página da Angoskima na Internet. 

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