Relatório denuncia tráfico e exploração de menores na Guiné Equatorial
Os Estados Unidos da América (EUA) denunciam tráfico sexual e exploração de menores na Guiné Equatorial, salientando que sociedade civil e Governo ainda não entendem o tráfico de pessoas, refere um relatório hoje divulgado.
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Mundo EUA
"Muitos membros da sociedade civil e funcionários do Governo não entendem o tráfico de pessoas, dificultando a capacidade do país de identificar as vítimas e combater o crime", lê-se no relatório do Departamento de Estado norte-americano sobre tráfico de seres humanos.
Segundo o relatório sobre Tráfico Humano de 2021, consultado pela agência Lusa, observadores relataram que os nacionais da Guiné Equatorial exploram a "maioria das vítimas de tráfico em trabalho forçado no serviço doméstico e em serviços sexuais nas cidades de Malabo, Bata, Mongomo e Ebebiyin", que atraem migrantes trabalhadores da África Central e Ocidental.
"Aqueles traficantes exploram sexualmente as mulheres locais e estrangeiras naquelas cidades", acrescenta-se no documento.
Segundo especialistas, citados no documento, a retração económica provocada pela diminuição dos preços do petróleo e a pandemia de covid-19 levou à troca de trabalhadoras domésticas estrangeiras por crianças nas casas da elite da Guiné Equatorial.
"Alguns proprietários de empresas nos setores da hotelaria e restauração obrigam os seus funcionários a trabalho forçado e sexo comercial", principalmente nos centros urbanos do país, refere o documento.
As medidas para controlar a pandemia aumentaram a vulnerabilidade dos migrantes e trabalhadores do setor informal.
O relatório refere que proprietários de empresas da Guiné Equatorial estão a explorar crianças provenientes de países vizinhos, nomeadamente do Benim, Camarões, Gabão, Nigéria e Togo.
Há ainda relatos de traficantes da Guiné Equatorial, alguns que podem estar associados à elite do país, a explorar no sexo comercial mulheres provenientes do Brasil, Cuba, República Dominicana, Venezuela e China.
Os traficantes também exploraram mulheres da Guiné Equatorial em Espanha.
Durante a elaboração do relatório, pode ler-se no documento, houve relatos de que alegadamente militares da Guiné Equatorial terão falsificado documentos de identidade para facilitar uma rede de tráfico sexual em Menorca, Espanha, envolvendo mulheres e meninas.
"Alguns empresários recrutam mulheres no Benim, Camarões, Etiópia e outros países africanos para trabalhar na Guiné Equatorial e explorá-las com trabalho forçado ou tráfico sexual", salienta o documento.
O relatório aponta também o dedo às empresas chinesas por recrutamentos de chineses para trabalhar na Guiné Equatorial, acabando por ser sujeitos a trabalhos forçados e tráfico sexual.
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