Turquia "repatria" à força sobrinho do religioso Fethullah Gülen
Os serviços de informação turcos detiveram no estrangeiro e repatriaram um sobrinho do religioso Fethullah Gülen, acusado pelo Presidente turco de planear o golpe de Estado falhado de 2016, divulgaram hoje os meios de comunicação turcos.
© Getty Images
Mundo Turquia
De acordo com a agência de notícias estatal Anadolu, Selahaddin Gülen foi trazido de volta à Turquia por agentes do Departamento Nacional de Informação (MIT) depois de ser detido num país não identificado.
A agência de notícias Anadolu, que divulgou uma foto do suspeito algemado e parado entre duas bandeiras turcas, não disse se a operação foi realizada em acordo com o país onde ocorreu.
Selahaddin Gülen é acusado de pertencer à "organização terrorista FETO", nome que Ancara usa para se referir ao movimento do religioso Fethullah Gülen.
O religioso, que mora nos Estados Unidos, afirma estar à frente de uma rede pacífica de organizações não governamentais (ONG) e empresas e nega qualquer envolvimento na tentativa de golpe que visou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em julho de 2016.
No entanto, Erdogan, que já foi um aliado de Gülen, descreve o religioso como o chefe de uma organização "terrorista" com o objetivo de se infiltrar e derrubar o Governo turco.
Desde o golpe falhado, a Turquia "repatriou" várias dezenas de pessoas acusadas de pertencer ao movimento de Fethullah Gülen, principalmente de países dos Balcãs e de África.
Em 2018, o sequestro no Kosovo por agentes do MIT de seis cidadãos turcos acusados de ligações com Gülen desencadeou uma crise política naquele país e levou à demissão do ministro do Interior e do responsável pelos serviços de informações.
A perseguição continua também na própria Turquia. Cinco anos após a tentativa de golpe, os expurgos contra supostos apoiantes de Gülen, mas também nos círculos pró-curdos, continuam num ritmo constante.
Desde 2016, dezenas de milhares de pessoas foram presas e mais de 140.000 demitidas ou suspensas de suas funções na Turquia por acusações de envolvimento na tentativa de golpe de Estado.
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