Meteorologia

  • 30 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 19º

Alex Saab diz que a sua detenção busca derrubar o Nicolás Maduro

O empresário Alex Saab, considerado testa-de-ferro do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje que a sua detenção em Cabo Verde tem motivos políticos e com ela buscam derrubar o regime venezuelano.

Alex Saab diz que a sua detenção busca derrubar o Nicolás Maduro
Notícias ao Minuto

23:27 - 05/02/21 por Lusa

Mundo Venezuela

"As minhas nomeações diplomáticas e o reconhecimento do Presidente [Nicolás] Maduro fazem que os seus inimigos pensem que posso ser um canal para os ajudar a derrotá-lo", disse.

Alex Saab falava durante uma longa entrevista ao canal de televisão Rússia Today, transcrita e divulgada pela televisão estatal venezuelana, em que afirma que nunca perderá a esperança que tudo se resolva, que o Direito está do seu lado e que a sua equipa jurídica criou uma defesa muito sólida que teria surpreendido a muitos, incluindo o sistema político e jurídico de Cabo Verde.

"Não estamos a falar apenas de Alex Saab. Todo o processo de acusações infundadas dos EUA, até à minha detenção em Cabo Verde e as torturas físicas e psicológicas a que fui submetido, tudo tem motivação política. Da extralimitação judicial extraterritorial por motivos políticos, nada mais e nada menos que para derrubar o presidente Maduro e pôr a Venezuela de joelhos", explicou.

Saab começa a entrevista explicando que está orgulhoso das suas origens, colombiana e libanês-palestino e diz ter uma das maiores empresas têxtis na Colômbia, que "alternou" os seus investimentos em projetos de construção, tendo sido na Venezuela onde estabeleceu as maiores iniciativas empresariais.

"Estou muito agradecido aos presidentes [Hugo] Chávez e [Nicolás] Maduro, e ao povo venezuelano, por me ter dado as oportunidades que me foram apresentadas desde [o ano] 2000. Começando pela construção, pude demonstrar que posso entregar obras importantes dentro do prazo e dentro do orçamento", afirma.

Por outro lado, explica que foi nomeado enviado especial do Governo da Venezuela em abril de 2018, "para continuar colaborando no abastecimento de alimentos básicos e medicamentos, um papel que ganhou maior importância" com a pandemia da covid-19.

"A Venezuela está sob ataque político e económico desde há muitos anos. Um dos motivos da minha nomeação foi o de contrapor esta ameaça e dotar-me de imunidade e inviolabilidade para viajar e negociar livremente em nome da República, como têm feito os agentes diplomáticos desde há séculos", sublinhou.

Saab diz a quem o quer "atacar e à Venezuela" deveria compreender "a realidade do bloqueio económico e sua repercussão na vida da Venezuela. Deveriam aprender como isso levou a um aumento maciço nos custos de transporte, seguro e logística", afirma.

Por outro lado, explica que foi detido "com base numa notificação vermelha da Interpol que não existia" e que não havia um mandado de detenção nem dos EUA nem de Cabo Verde.

"O governo do presidente [Donald] Trump tinha uma obsessão pela Venezuela e por [Nicolás] Maduro e, durante o seu mandato, o seu regime utilizou todos os mecanismos à sua disposição para aniquilá-los. Sou um mero instrumento para atingir esse verdadeiro fim". explica.

Saab espera que o presidente Joe Biden "consiga reparar o que o regime de Trump destruiu, especialmente se quiser mostrar que a sua maneira de fazer política é diferente e que realmente respeita a separação de poderes e o Estado de direito".

Alex Saab, de 49 anos, foi detido em 12 de junho de 2020 pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos da América (EUA), quando regressava de uma viagem ao Irão em representação da Venezuela.

O Tribunal da Relação do Barlavento já decidiu por duas vezes -- a última das quais este mês, ambas com recurso da defesa -- pela extradição de Alex Saab para os EUA, num processo que está a colocar Cabo Verde no centro da disputa entre os governos norte-americano e venezuelano.

Saab esteve em prisão preventiva desde junho de 2020, na cadeia do Sal, e em finais de janeiro último passou a prisão domiciliária, por decisão do tribunal, após esgotar o prazo legal para essa detenção, apesar de constantes apelos de Caracas pedindo a sua detenção.

Os EUA pedem a extradição de Alex Saab a quem acusam de ter branqueado 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, através do sistema financeiro norte-americano.

Leia Também: Oposição confia no apoio do Panamá após retirada de acreditações

Recomendados para si

;
Campo obrigatório