AD viabiliza audições da ministra do Trabalho e provedora da Santa Casa

Os líderes parlamentares das bancadas que integraram a Aliança Democrática (AD) -- PSD e CDS -- anunciaram hoje que viabilizam iniciativas para ouvir no parlamento a ministra do Trabalho e a provedora da Santa Casa da Misericórdia.

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Lusa
30/04/2024 14:08 ‧ 30/04/2024 por Lusa

Política

Hugo Soares

 

Esta posição foi transmitida pelo presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Hugo Soares, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, transmitidas em direto pela RTP, tendo ao seu lado o líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio.

"Acompanharemos todos os pedidos de audição. Total transparência, total escrutínio", disse Hugo Soares, depois de confrontado com pedidos da Iniciativa Liberal e do PS para que seja ouvida no parlamento Ana Jorge, exonerada pelo Governo das funções de provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e também a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho.

Perante os jornalistas, o presidente da bancada social-democrata afirmou que o PS foi responsável, como Governo e como tutela, nos últimos oito anos, "pelo estado a que a Santa Casa da Misericórdia [de Lisboa] chegou, com uma rutura de tesouraria, com um incumprimento das suas ações de ação social mais básica de proteger os mais desfavorecidos".

"O PS, como responsável por tudo isto, ao invés de estar preocupado com a situação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, está preocupado com aquilo em que o PS deu lições catedráticas ao país: na nomeação de 'boys' por toda a administração, inclusive para estes lugares. Queria dizer em nome do grupo parlamentar do PSD, e do CDS, às portuguesas e aos portugueses, que podem estar tranquilos. A nossa preocupação não é nomear gente que tenha ligações partidárias. A nossa preocupação é nomear os melhores para poder gerir aquilo que é de todos", contrapôs.

Hugo Soares sustentou depois que "a situação na Santa Casa [da Misericórdia de Lisboa] é gravíssima".

"Houve uma rutura praticamente de tesouraria em junho do ano passado. A provedora não tomou medidas, não apresentou medidas à tutela e essa é a razão que está subjacente à exoneração". Um ponto que, segundo Hugo Soares, "a ministra terá oportunidade de explicar".

"Acompanhamos todos os pedidos para audições aqui no parlamento seja de quem for sobre esta matéria. Mas queria lançar daqui um apelo ao PS para que assente os pés na terra, que assuma as suas responsabilidades, que não nos confunda, porque nós não governamos como o PS", acrescentou o líder parlamentar do PSD.

Hoje, em conferência de imprensa, o PS defendeu que a exoneração da provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, tem como único objetivo colocar no cargo "pessoas mais politicamente alinhadas e domesticáveis" pelo Governo do PSD.

"O Governo está a criar um conjunto de casos que tem como único fundamento substituir pessoas que sejam mais politicamente alinhadas, mais domesticáveis pelo Governo PSD", sustentou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Tiago Barbosa Ribeiro numa declaração aos jornalistas na sede dos socialistas no Porto.

Ana Jorge tomou posse em 02 de maio de 2023, escolhida pelo anterior Governo socialista de António Costa, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.

Leia Também: Santa Casa. PSD pede que PS meta "pés na terra" e assuma responsabilidade

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