"Uma arte". Mulher troca cartas há 2 anos com amiga... que nunca conheceu
"Sinto que, se fosse a Sydney, poderia aparecer e dizer 'bom dia'", referiu Russell.
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Mundo Austrália
Ruth Russell, de 75 anos, nunca conheceu a mulher com quem troca cartas uma vez por mês. No entanto, nos últimos dois anos, as duas criaram uma amizade através de mensagens escritas, postais, fotografias e modelos de croché enviados pelo correio.
"A escrita de cartas é uma arte em vias de extinção. Agrada-me porque quando se põe no papel o que se está a sentir e o que se está a fazer, isso fica entre nós e essa pessoa - mais ninguém", afirmou Russell, citada pela Australian Broadcasting Corporation.
As mulheres, de Rockhampton e Sydney, cidades na Austrália, são viúvas de veteranos do Vietname e fazem parte do programa de amigos por correspondência que ajuda as viúvas de guerra a encontrar amizade e a reavivar a arte de escrever cartas.
Para Russell, uma enfermeira reformada que cresceu no mato e perdeu o marido em 2017, trocar cartas mantém-na viva. "Costumava esperar semanas por uma carta do meu marido quando ele estava no Vietname", contou.
"Costumávamos numerar as nossas cartas à medida que as escrevíamos, para o caso de recebermos uma pilha de cinco ou seis cartas de uma vez. Assim sabíamos qual delas devíamos ler primeiro", acrescentou.
Agora, com a mulher com quem troca frequentemente cartas, já revelou "altos e baixos" da sua vida e dicas de artesanato. "Logo no início, ela disse-me que costumava fazer croché mas que se tinha esquecido, por isso enviei-lhe um modelo de croché com material e ela fez um poncho para a neta", deu conta.
"Agora está a fazer croché para um dos hospitais locais, para dar aos bebés. Apesar de nunca a ter visto pessoalmente, existe uma amizade. Sinto que, se fosse a Sydney, poderia aparecer e dizer 'bom dia'", referiu Russell.
A coordenadora do programa, Lindy Beehre, esclareceu que a rede de escritoras de cartas inclui mulheres de toda a Austrália com idades compreendidas entre os 40 e os 90 anos. "A ideia surgiu inicialmente com o início da Covid-19, quando reconhecemos o isolamento que muitas viúvas de guerra que viviam sozinhas estavam a sentir. Queríamos criar uma plataforma onde as viúvas de guerra que não podiam sair de casa pudessem ligar-se para partilhar experiências e encontrar companhia", explicou.
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