Encontrados corpos de três pessoas em aldeia de Cabo Delgado

Populares de uma aldeia de Chiúre Velho, sul da província moçambicana de Cabo Delgado, relataram hoje ter encontrado ossadas de três pessoas numa área de produção local, numa zona de ataques de grupos insurgentes nas últimas semanas.

cabo delgado

© JUAN LUIS ROD/AFP via Getty Images

Lusa
23/08/2025 16:33 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Moçambique/Ataques

Segundo as fontes, os corpos foram encontrados perto de um riacho, numa zona de produção, quando os populares procuravam por uma terra arável para a produção agrícola da segunda época.

 

"Vimos sim, as ossadas humanas. Presumo que sejam de três pessoas, vítimas dos terroristas que assolaram Chiúre Velho", disse uma fonte a partir da vila sede de Chiúre, que concentram milhares de famílias deslocadas desde finais de julho, em fuga aos ataques no sul do distrito.

A situação gerou medo no seio dos moradores, que ponderam abandonar as suas residências por receio de novos ataques.

"Alguns saíram da aldeia, o medo é maior", relatou outra fonte.

A província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

Pelo menos 29 pessoas morreram e outras 208 mil foram afetadas, em julho, pelos ataques de grupos extremistas em distritos de Cabo Delgado, província moçambicana que enfrenta a insurgência armada desde 2017, avançou na sexta-feira uma agência da ONU.

De acordo com um relatório de campo do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), em julho os confrontos entre grupos armados e as forças de segurança moçambicanas resultaram no deslocamento de 56.215 pessoas.

"O número de incidentes registados aumentou de 72 em junho para 82 em julho. Uma mudança significativa também foi observada na distribuição geográfica da violência, que se expandiu para o sul, para Ancuabe, Chiúre [Cabo Delgado] e Eráti [Nampula]", refere-se no documento.

De acordo com aquela agência da ONU, essa expansão restringiu agora ainda mais o acesso rodoviário a Macomia ao longo da estrada Número 380 [N380], tanto do norte quanto do sul: "o OCHA estima que mais de 208.122 civis foram afetados --- direta e indiretamente --- pela violência".

No documento avança-se que em julho foram relatados 47 ataques contra civis, abrangendo assassínios, sequestros, extorsão e saques, que resultaram em "pelo menos 29 mortes e 69 sequestros" e na interrupção de meios de subsistência, além de terem provocado deslocamentos e reforçarem um "clima de medo".

"Chiúre e Macomia registaram o maior número de incidentes, seguidos por Ancuabe e Muidumbe. Além disso, o estabelecimento de nove postos de controlo informais de veículos ao longo da N380 e da Estrada Número 14 restringiu significativamente o acesso humanitário, atrasando a assistência a mais de 85 mil pessoas em Macomia e Muidumbe", explica-se.

A agência da ONU avança ainda que os conflitos entre os Grupos Nacionais de Apoio e as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas, incluindo forças locais, intensificaram-se em Chiúre, no litoral de Macomia e em Muidumbe.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

Leia Também: Pelo menos 29 pessoas morreram em julho em Cabo Delgado

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