Primeira-dama turca pede a Melania que interceda "pelas crianças de Gaza"

A primeira-dama turca apelou à primeira-dama norte-americana para que interceda "pelas crianças de Gaza" junto do primeiro-ministro israelita, mediante o envio de uma carta a pedir "o fim da crise humanitária".

Emine Erdoğan Melania Trump

© Mustafa Kamaci/Anadolu Agency via Getty Images

Daniela Filipe
23/08/2025 19:37 ‧ há 5 horas por Daniela Filipe

Mundo

Médio Oriente

A primeira-dama turca, Emine Erdogan, endereçou uma carta à primeira-dama norte-americana, Melania Trump, na qual apelou à esposa de Donald Trump para que interceda "pelas crianças de Gaza" junto do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, à semelhança do que procurou fazer com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, face à guerra na Ucrânia.

 

"Como referiu na sua carta, todas as crianças têm o direito universal e inegável de crescer num ambiente com amor e segurança. Este direito não é exclusivo de nenhuma região, etnia, religião ou ideologia. Apoiar os oprimidos a quem é negado este direito é uma responsabilidade fundamental para com a família humana. Neste contexto, especialmente como cônjuge de um líder, a sua compaixão pelas vidas perdidas, famílias destruídas e crianças órfãs devido aos efeitos devastadores da guerra na Ucrânia é uma iniciativa que inspira esperança nos corações das pessoas", escreveu Emine Erdogan, na missiva partilhada este sábado pela presidência da Turquia, e citada pela agência Anadolu.

A primeira-dama turca, que considerou que a iniciativa de Melania Trump foi "muito significativa", disse crer que a esposa do presidente norte-americano nutrirá a mesma sensibilidade "que demonstrou pelas 648 crianças ucranianas que perderam a vida na guerra ainda de forma mais forte por Gaza, onde 62 mil civis inocentes, incluindo 18 mil crianças, foram brutalmente assassinados em dois anos".

"Alguma vez nos teria ocorrido que um dia o termo ‘soldado desconhecido’ - outrora utilizado para soldados mortos cuja identidade não podia ser confirmada - seria utilizado para crianças? Hoje, as palavras ‘bebé desconhecido’ escritas nos mantos de milhares de crianças de Gaza que não deixaram ninguém para trás e cujos nomes nem sequer podem ser identificados estão a deixar feridas irreparáveis nas nossas consciências", disse.

E lamentou: "Estas crianças, levadas a uma profunda ruína psicológica e tendo esquecido completamente como sorrir, gritam aos microfones que querem morrer, carregando o cansaço de uma guerra com a qual não conseguem lidar nos seus corações inocentes. Em Gaza, a história regista que os cabelos destas pequenas crianças órfãs ficaram grisalhos devido à dor e ao medo indescritíveis que suportaram."

Nessa linha, Emine argumentou que "enviar uma carta ao primeiro-ministro israelita apelando ao fim da crise humanitária em Gaza teria um significado imenso", particularmente "numa altura em que o mundo está a passar por um despertar coletivo e o reconhecimento da Palestina está a tornar-se uma vontade global".

"Acredito que um apelo da sua parte em nome de Gaza também cumprirá uma responsabilidade histórica para com o povo palestiniano", complementou.

A primeira-dama turca apontou ainda ser necessário "unir as nossas vozes e forças contra esta ordem distorcida que considera a vida de algumas crianças menos valiosa do que a de outras".

"Temos o dever de defender o direito internacional e os valores humanos comuns, e de nos mantermos firmes em torno dos nossos princípios comuns. Só assim poderemos alimentar a esperança para as gerações futuras, cada vez mais levadas ao desespero perante esta brutalidade. Só assim poderemos falar em devolver a alegria às crianças cujo riso foi silenciado e em construir uma paz sustentável e duradoura. Como mãe, mulher e ser humano, partilho profundamente as emoções expressas na sua carta. Espero que nutra a mesma esperança pelas crianças de Gaza, que anseiam por paz e serenidade", escreveu.

"Sr. Putin, ao proteger as crianças, fará mais do que servir a Rússia"

Foi divulgado o que Melania Trump escreveu na carta que enviou a Vladimir Putin, onde referiu que "como líderes, a responsabilidade de sustentar as crianças estende-se além do conforto de alguns" e que "a inocência está acima da geografia, do governo e da ideologia".

Maria Gouveia | 15:27 - 17/08/2025

Apesar de ser tarde demais para as 18.885 crianças palestinianas mortas – entre elas Hind Rajab, de seis anos, que foi alvejada 335 vezes – Emine frisou que, "para mais de um milhão de crianças que sobreviveram, ainda temos uma oportunidade".

"Já está mais do que na hora", disse.

Recorde-se que, a 15 de agosto, Melania Trump endereçou uma carta a Vladimir Putin, na qual indicava estar "na hora" de colocar um ponto final na guerra na Ucrânia. A missiva focava-se nos efeitos do conflito nas crianças, que "sonham com amor, possibilidade e segurança", quer tenham "nascido aleatoriamente no campo rústico de uma nação, ou num centro de cidade magnífico".

"No mundo de hoje, algumas crianças são obrigadas a carregar um riso silencioso, intocado pela escuridão que as rodeia – uma resistência silenciosa contra as forças que podem potencialmente destruir o seu futuro. Sr. Putin, o senhor pode, sozinho, restaurar o riso melodioso dessas crianças. Ao proteger a inocência destas crianças, o senhor fará mais do que servir apenas a Rússia – servirá a própria humanidade", escreveu.

Leia Também: "Não queremos ver mais funerais": Trump explica carta de Melania a Putin

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