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Ana Jorge diz que exoneração foi comunicada de "forma rude e caluniosa"

Declarações feitas pela agora ex-procuradora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, numa comunicação feita aos colaboradores da instituição, em jeito de despedida.

Ana Jorge diz que exoneração foi comunicada de "forma rude e caluniosa"
Notícias ao Minuto

14:29 - 30/04/24 por Notícias ao Minuto

País Santa Casa da Misericórdia

A ex-provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) já reagiu à exoneração da Mesa da instituição e garante que esta foi-lhe comunicada de forma "forma rude, sobranceira e caluniosa", avança a SIC Notícias, citando uma "curta" comunicação dirigida aos colaboradores da SCML, em jeito de despedida.

Ana Jorge começa por confessar que foi com "surpresa" que soube da sua exoneração do cargo de provedora, que assumiu durante "11 meses muitos duros", nos quais ela e a sua equipa avançaram "rumo à sustentabilidade financeira" e "mais importante, no compromisso social que assumimos com milhares de pessoas".

Apesar disso, a antiga ministra da Saúde garante que foi uma "honra" estar à frente da SCML e que não se sente "triste", devido ao trabalho "desenvolvido em tão pouco tempo e pelo plano de reestruturação sólida" que a direção agora exonerada tinha desenhado e queria implementar.

"Sempre achei e hoje mais do que nunca, que em política, tal como na vida, não vale tudo. Mas, enfim, a seu tempo e em sede própria, contarei a minha verdade, que é a verdade de quem serviu a SCML com a mesma entrega e espírito de missão com que desempenhei as várias funções públicas e cívicas ao longo da minha vida”, lê-se ainda na comunicação de Ana Jorge, segundo a SIC Notícias.

Recorde-se que, na segunda-feira, o Governo PSD/CDS-PP tornou pública a exoneração da Mesa da SCML com efeitos imediatos, alegando que estes eram "incapazes" de resolver os "graves problemas financeiros da SCML".

Já esta terça-feira, o Governo justificou o afastamento da provedora e dos elementos da Mesa com "atuações gravemente negligentes que afetam a gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa".

As reações

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse, esta terça-feira, que o Governo está "empenhado em em salvaguardar a Santa Casa" e em dar à instituição "um ciclo de recuperação dos problemas graves do ponto de vista financeiro e do ponto de vista das tarefas sociais".

Durante a visita a uma feira agropecuária, em Beja, Montenegro salientou que é necessária "uma relação entre a tutela e a direção da Santa Casa que não está neste momento assegurada" e que a exoneração deve ser encarada com "normalidade".

O vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Tiago Barbosa Ribeiro, defendeu que o Governo de Luís Montenegro está "a criar um conjunto de casos" e "instabilidade" para substituir os responsáveis de cargos por pessoas "mais politicamente alinhadas e domesticáveis" pelo atual Executivo, "como foi o caso da direção executiva do SNS".

O líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Hugo Soares, teceu duras críticas à reação do Partido Socialista (PS) quanto à exoneração da administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa por "se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição", tendo apelado a que o coletivo "assente os pés na terra" e "assuma responsabilidades" pelas suas ações ao longo dos últimos oito anos de governação.

O PCP acusou o Governo de estar mais preocupado "com a mudança de lugares" do que com a situação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, exigindo que o executivo revele a sua estratégia para a instituição.

Ministra e provedora ouvidas no Parlamento?

Entretanto, o PS e a IL requereram a audição parlamentar urgente de Ana Jorge e da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, para explicar a decisão do Governo, de exonerar a administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Os líderes parlamentares das bancadas que integraram a Aliança Democrática (AD) - PSD e CDS - já anunciaram que vão viabilizar iniciativas destes partidos, para ouvir no parlamento a ministra do Trabalho e a provedora da Santa Casa da Misericórdia.

Leia Também: "Estamos empenhados em salvaguardar a Santa Casa", garante Governo

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