Num comunicado, a organização não governamental vincou que "todos os manifestantes pacíficos hoje detidos em Moscovo e noutras cidades devem ser libertados", sublinhando ainda que "todos os casos de uso ilegal da força pela polícia devem ser rápida e eficazmente investigados".
A polícia russa deteve mais de 4.000 pessoas durante as manifestações de hoje a exigir a libertação do líder da oposição Alexei Navalny, revelou a organização não governamental OVD-Info, citada pela Agence France-Press.
Segundo a AI, os manifestantes e ativistas detidos por participarem pacificamente em manifestações "são prisioneiros de consciência". Por outro lado, a organização revelou que as autoridades russas prenderam tantas pessoas nas últimas semanas que já não cabem nas prisões de Moscovo e estão a ser enviadas para centros de deportação.
"Em vez de tentar prender todos os críticos no país, as autoridades russas deveriam perceber o quanto os direitos à liberdade de reunião e expressão pacífica significam para um número crescente de russos e permitir que as pessoas expressem as suas opiniões sem medo de represálias", refere ainda a nota da AI.
Alexei Navalny, de 44 anos, um investigador anticorrupção e o crítico mais conhecido de Putin, foi preso a 17 de janeiro ao regressar da Alemanha, onde passou cinco meses a recuperar-se de uma intoxicação por agente nervoso que atribui ao Kremlin.
Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, e testes da Organização para a Proibição de Armas Químicas, estabeleceram que ele foi exposto ao agente nervoso Novichok. As autoridades russas recusaram-se a abrir um inquérito criminal completo, alegando falta de evidências de que ele fora envenenado.
Navalny foi preso imediatamente após o seu regresso à Rússia, no início deste mês, e preso por 30 dias a pedido do serviço de prisão da Rússia, que alegou que ele violou os termos da sua pena suspensa.
Na quinta-feira, um tribunal de Moscovo rejeitou o apelo de Navalny para ser libertado, e uma nova audiência na próxima semana pode transformar a sua pena suspensa de três anos e meio numa pena em que deve cumprir prisão efetiva.
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