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Igreja de Baltimore cria fundo para reparações devidas por escravatura

Uma igreja episcopal de Baltimore, fundada por proprietários de escravos nos anos 1860, anunciou que vai aplicar 500 mil dólares (412 mil euros) nos próximos cinco anos para estabelecer um fundo destinado às reparações devidas pela escravatura.

Igreja de Baltimore cria fundo para reparações devidas por escravatura
Notícias ao Minuto

06:21 - 30/01/21 por Lusa

Mundo EUA

Membros da Igreja Episcopal Memorial em Bolton Hill aprovaram no domingo a colocação de 100 mil dólares de parte, para doarem no próximo ano a organizações comunitárias que fazem o que designou como "trabalho centrado na justiça", informou na sexta-feira o The Baltimore Sun.

O fundo visa desigualdades baseadas em raça, que proliferaram durante gerações na igreja e na comunidade em geral.

Um grupo de conselheiros da igreja irá escolher os beneficiários, cujo trabalho se foque em questões de habitação, educação, justiça ambiental ou envolvimento cívico.

O reverendo Kobi Little, presidente do capítulo de Baltimore da Associação opara o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em Inglês) aplaudiu a medida.

"É um passo positivo e bem-vindo, porque é o reconhecimento -- e um esforço para corrigir -- um mal persistente", disse Little. "Penso que é o início de uma grande conversa para a comunidade da igreja em geral sobre como esta pode ter um papel de liderança neste momento, neste país e no mundo, sobre a eliminação de desigualdades estruturais".

A decisão torna a Memorial a primeira freguesia na diocese episcopal de Maryland, e das primeiras instituições religiosas deste Estado, a estabelecer um fundo dedicado a reparações pela escravatura.

Várias dioceses episcopais -- incluindo as dos Estados de Nova Iorque e Texas -- já lançaram programas de reparação nos últimos dois anos. A do Texas já afetou 13 milhões de dólares a programas de longo prazo destinados a pessoas de raça negra.

A Memorial vai retirar metade do fundo das suas dotações e a outra metade do seu orçamento de funcionamento, no total de cem mil dólares por ano durante os próximos cinco anos, afirmou o reverendo Grey Maggiano.

"A paróquia tem estadio focada em descobrir a verdade do nosso passado", disse Maggiano, que também é o reitor da igreja.

"Temos estado a estudar a impacto verdadeiro que a Memorial infligiu aos nossos vizinhos, através da segregação da habitação, de outras exclusões por motivos raciais, privação de direitos de voto a eleitores negros e através da desigualdade nas escolas e programas de juventude, aqui, em Baltimore", especificou.

Maggiano tem liderado os membros do conselho paroquial, e outros paroquianos na análise de documentos antigos e artigos velhos dos jornais The Baltimore Sun e The Afro-American e na realização de entrevistas com vizinhos da igreja.

Entre a informação já apurada está a de que o reitor que mais tempo dirigiu a igreja, William Meade Dame, era um segregacionista assumido, que presidiu a cerimónias de consagração de dois dos mais antigos monumentos confederados em Baltimore, e que líderes da igreja opuseram-se nos anos 1950 a que cidadãos negros participassem nas suas atividades.

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