UE: Alemanha quer relação construtiva com a China a 27
O embaixador da Alemanha em Portugal, Martin Ney, afirmou hoje a importância de a União Europeia (UE) desenvolver uma "relação construtiva" com a China enquanto bloco, apesar de Pequim preferir "lidar individualmente" com cada Estado-membro.
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Mundo UE
O embaixador, que foi hoje ouvido pela comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República, admitiu que a UE tem "um problema com a China", que é simultaneamente um importante parceiro comercial e "um rival sistémico".
"A China não está a aderir a uma ordem internacional baseada em regras, quer desafiar essas regras e rescrevê-las", afirmou o embaixador.
Martin Ney apontou que a iniciativa 'Uma faixa, uma rota' ('one belt, one road'), nada tem a ver com a Rota da Seda, que era uma rota de comércio histórica em função da procura em vários mercados, sendo antes "uma política governamental do topo para a base que tem como objetivo proteger o poder e criar dependências em relação à China".
"Temos um problema com a China, porque é um rival sistémico da UE e, ao mesmo tempo, a nossa industria depende das exportações para a China", explicou, acrescentando que, numa altura em que o mercado chinês "já está a recuperar" da crise provocada pela pandemia, a China pode ajudar a Europa a sair da crise.
"A China, ao mesmo tempo, quer lidar individualmente com os países europeus, não tem qualquer interesse em que façamos o trabalho de casa como UE", frisou.
O embaixador disse não obstante ver "uma luz ao fundo do túnel" para a construção de uma relação construtiva.
"A China também foi fortemente atingida economicamente pela crise do coronavírus, por isso, para sair da crise, e devido à tensão com os EUA, também depende da UE como mercado para os seus produtos".
Martin Ney, que foi ao parlamento para apresentar aos deputados o programa da presidência alemã do Conselho Europeu, que começou a 1 de julho, referiu ainda que Berlim tem "a ambição" de ainda conseguir realizar a reunião dos líderes dos 27 e do Presidente chinês, Xi Jiping, prevista para setembro, em Leipzig (Alemanha), mas adiada 'sine die' devido às restrições impostas pela pandemia.
"Ainda esperamos ter uma verdadeira cimeira na nossa presidência. Se é possível, não sei dizer", disse Martin Ney, frisando, noutro passo que a Alemanha quer "uma cimeira com resultados".
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