Enviado da ONU pede fim das hostilidades e solução política na Síria
O enviado especial da ONU para a Síria, que se encontra em Damasco pela primeira vez desde o início da ofensiva turca, pediu hoje às partes envolvidas o fim das hostilidades e a participação num processo político.
© Reuters
Mundo Síria
Numa reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Muallem, Geir Pedersen insistiu na necessidade de suspensão dos combates "imediatamente", do estabelecimento de um cessar-fogo e de se apostar na solução política para enfrentar a crise no noroeste da Síria, disse o próprio numa conferencia de imprensa.
Pedersen também transmitiu a Muallem a "extrema" preocupação do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, com as consequências humanitárias do conflito, que já provocou "demasiados" mortos e mais de 160.000 deslocados, segundo os dados da ONU.
A Turquia lançou no dia 9 uma ofensiva militar no nordeste da Síria contra as milícias curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG) aliadas dos ocidentais no combate aos 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico e consideradas terroristas por Ancara devido à sua ligação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, guerrilha curda ativa em solo turco).
O objetivo da operação militar de Ancara é criar uma "zona de segurança" de 32 quilómetros de extensão ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios no território turco.
Desde o início da ofensiva, a 9 de outubro, já foram mortos 71 civis, 158 combatentes das Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelas YPG) e 128 pró-turcos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Ancara indicou a morte de seis soldados, bem como de 20 civis, por tiros de 'rockets' sobre localidades turcas, provenientes da Síria.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio confirmou num comunicado que a reunião se centrou na ofensiva turca, adiantando que também foram abordadas as possíveis consequências da nova situação no funcionamento do Comité Constitucional, que deve elaborar a nova Constituição síria.
Segundo Muallem, o comportamento "hostil" do governo de Erdogan é um reflexo "claro" das suas ambições expansionistas e não só ameaça o trabalho do Comité Constitucional, como prolonga a crise na Síria.
A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.
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