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HRW condena ordens do Líbano para destruir abrigos de refugiados sírios

A organização Human Rights Watch (HRW) condenou hoje a ordem dada pelas autoridades libanesas aos refugiados sírios para destruir os seus abrigos, classificando a situação como "pressão ilegítima" para que regressem ao seu país, em guerra desde 2011.

HRW condena ordens do Líbano para destruir abrigos de refugiados sírios
Notícias ao Minuto

12:18 - 05/07/19 por Lusa

Mundo Migrantes

As autoridades libanesas, que temem que os refugiados ali se instalem permanentemente, ordenaram-lhes que demolissem as construções ilegais da região de Arsal (Nordeste) até 01 de julho, tendo o exército destruído os 20 abrigos que ainda estavam de pé no final de segunda-feira.

Estas "medidas repressivas" devem ser "vistas como aquilo que são: pressão ilegítima para que os refugiados sírios deixem o Líbano", sublinhou hoje o diretor do departamento de Direitos dos Refugiados da HRW, Bill Frelick.

"Muitos dos afetados por essas medidas têm motivos para temer o retorno à Síria: arriscam ser presos, torturados ou maltratados pelos serviços de informações", acrescentou.

Alguns dos refugiados jovens disseram à agência francesa de notícias AFP que também tinham medo de serem integrados no exército na Síria, caso fossem obrigados a regressar, e algumas famílias lembraram que nem sequer teriam para onde voltar, já que as suas casas foram destruídas pela guerra.

No total, cerca de 35.000 refugiados sírios no Líbano poderão ser afetados por esta política de demolições, 15.000 dos quais em Arsal, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

De acordo com as organizações não-governamentais, cerca de 15.000 pessoas, incluindo pelo menos 7.500 crianças, serão afetadas pelas demolições que vão destruir 3.000 abrigos.

O Líbano, país de quatro milhões de habitantes, refere ter acolhido no seu território pelo menos 1,5 milhões de sírios, dos quais cerca de um milhão estão registados no ACNUR.

"O Líbano não deve criar pressões que forcem os refugiados a retornarem voluntariamente ao seu país", defendeu Bill Frelick, apontando exemplos como "detenções e expulsões, impedimento de entrar em lojas, confisco ou destruição de veículos não registados, além de restrições como toques de recolher e criação de obstáculos à educação, habitação e trabalho".

A guerra na Síria, que teve início em 2011, já provocou mais de 370 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.

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