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Irão "nada ganhará" infringindo acordo de Viena, avisa França
A França alertou hoje o Irão de que "nada ganhará" infringindo o acordo sobre o seu programa nuclear, após Teerão confirmar pretender enriquecer urânio num grau superior ao autorizado a partir de domingo.
© iStock
Mundo Irão
"O Irão nada ganhará em sair do acordo de Viena", declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, adiantando que a medida "apenas fará aumentar as tensões já consistentes na região".
Ignorando as advertências dos seus inimigos e dos seus parceiros, o Irão avisou hoje que a partir de domingo fará o que ameaçou, aumentando o enriquecimento de urânio para um grau superior ao fixado no acordo nuclear de 2015 com as grandes potências.
"A 7 de julho, o nosso grau de enriquecimento deixará de ser de 3,67%", o limite fixado pelo acordo, anunciou o presidente iraniano, Hassan Rohani.
"Vamos deixar esse compromisso de lado. Tanto quanto quisermos, tanto quanto for necessário, tanto quanto as nossas necessidades o determinarem, vamos ultrapassar os 3,67%", adiantou.
Rohani advertiu ainda que a partir de domingo, o Irão poderá retomar o seu projeto de um reator de água pesada em Arak (centro), suspenso com a assinatura do acordo de 2015.
Assinado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), mais a Alemanha, o acordo sofreu um duro golpe com a saída unilateral dos EUA em maio de 2018 e o restabelecimento de sanções norte-americanas, que impedem Teerão de beneficiar do pacto como esperava.
Em Viena, o Irão aceitou limitações e maior vigilância do seu programa nuclear em troca do levantamento de sanções internacionais, que asfixiavam a sua economia.
"Permaneceremos vinculados (ao acordo) enquanto as outras partes permanecerem. Aplicaremos 100% (do pacto) no dia em que as outras partes agirem a 100%", disse Rohani.
A 8 de maio, um ano depois da saída de Washington do acordo, o presidente iraniano fez um ultimato, dando 60 dias aos restantes Estados signatários para ajudarem a República Islâmica a contornar as sanções dos Estados Unidos, caso contrário deixaria de respeitar as restrições sobre o grau de enriquecimento de urânio. O prazo termina no domingo.
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